REALEZA EM REALIDADE



“(...) É preciso sofrer para chegar ao céu, e os degraus do trono não vos aproximam dele. São os atalhos mais penosos da vida que para lá conduzem. Portanto, procurai a estrada do céu entre os abrolhos e os espinhos, e não entre as flores” (uma rainha da França – Havre – 1863 – OESE).

No livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo” tem a comunicação do Espirito de uma rainha da França, do qual foram destacados os dizeres acima para nossos estudos. Imaginamos a situação de uma majestade se encontrando no mundo espiritual sem o trono, súditos, escravos, e etc. e dizemos: Nossa! Que sofrimento ela teve, mas, não é este o tema do nosso aprendizado porque isto já foi falado inúmeras vezes e de diversas formas. Então, o que assinalar para estudarmos?
Ela afirma que devemos procurar a estrada do céu no sofrimento e é boca corrente de que encontramos Deus pelo amor ou pela dor, o que praticamente confirma essa afirmação, só que isto era ensinado há tempos atrás o que gera a pergunta se é valido para os dias de hoje onde se descobriu que também existe o caminho do raciocínio para atingir tal objetivo? É este o motivo para nossa análise? Parece que sim...  

É do senso comum que quanto mais enfraquecido está o corpo mais livre se encontra o Espírito (nós preferimos afirmar que quanto mais elevado é o Ser mais livre ele está do peso da matéria), o que encoraja determinados martírios encontrados entre os anacoretas, faquires, hinduístas e algumas sociedades (secretas ou não) que adotam o silício ou qualquer outro tipo de sofrimento para mortificar o corpo, o que nos faz pensar em masoquismo camuflado em sentimento religioso.

Talvez baseados no sofrimento de Jesus e devido a este planeta ser, até o momento, um “vale de lagrimas” é que se adota o sofrimento como ponte para o céu. Inclusive, o Papa Bento XVI, em seu livro “Jesus de Nazaré (da entrada em Jerusalém até a Ressurreição) explica que “em sentido geográfico o mar da Galiléia situa-se cerca de 200 metros abaixo do nível do mar, enquanto a altura media de Jerusalém é de 760 metros acima do referido nível, e, como degraus dessa subida, cada um dos sinóticos transmitiu três profecias de Jesus sobre sua paixão” (...) “a meta final dessa “subida” de Jesus é a oferta de si mesmo na cruz...”
Diante do exposto, Jesus só subiu aos céus após o martírio da crucificação, o que faz ou o que fez se assimilar que só após o sofrimento é que se chega à redenção. Tanto que, dizem que o próprio Cristo disse, quando ainda estava vivo, que “aquele que pega a sua cruz e o segue, é verdadeiramente seu discípulo”. Ora, esta ultima frase deve ter sido incluída depois para dar tal sentido, pois é impossível Ele ter dito esta sentença já que “cruz” passou a ser sinônimo de sofrimento somente após a sua morte nela. O que deduzir então de tudo isso?
Simplesmente afirmamos que o sofrimento faz parte deste mundo em que vivemos e que devemos encará-lo como movimento de ascensão, e, reafirmamos que aquele que o enfrenta de cabeça erguida para vencê-lo, é um herói, enquanto aquele que o busca, ou melhor, que o procura ou que o adota para ganhar o céu, não é nem um pouco inteligente, pois cria o seu próprio inferno.
Aí está a realeza da realidade entre o “sofrer” e o “buscar” sofrer!

                                                                           MUITA PAZ!

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