CHAMA QUE NÃO SE APAGA
“Mestre, suplico-te que vejas o meu filho porque é único. Um espírito se apodera dele e, de repente, grita e o atira por terra, convulsiona-se até o espumar, e dificilmente o deixa, depois de tê-lo quebrantado. Roguei aos teus discípulos, mas eles não conseguiram” (Lucas 9:38 a 43).
O Espiritismo é doutrina livre, dinâmica, sem intenções exclusivistas ou pretensões salvacionistas e que se dedica ao estudo cientifico da atividade do mundo espiritual. No livro A Genesis (Allan Kardec) há a explicação de que a doutrina tem revelações progressivas devido a fatos novos que se apresentam e que não podem ser explicados racionalmente pelas leis conhecidas. Assim, o estudioso (espírita ou não) observa, compara, analisa, e, remontando dos efeitos às causas chega à Lei que os rege. Depois, deduz suas conseqüências e busca suas aplicações úteis no seu dia a dia, e, quando os resultados são positivos, expõem aos que se interessam pelo assunto para continuidade dele. Chegando todos a um denominador comum, espalha-se tal estudo, que, normalmente descobre-se que isto aconteceu com quase todos os estudiosos ao mesmo tempo. Foi assim no passado e ainda o é na atualidade.
Pois bem, buscando compreender os milagres e as curas narradas nos Evangelhos, descobrimos que Jesus realizou, excluindo-se ressurreição e aparições, 35 atos miraculosos, sendo que Lucas e Mateus falam em 20, João cita 7 dos quais 4 não constam em nenhum dos demais e Marcos fica nos 18. Mas, será novidade a busca e os efeitos das curas espirituais? É evidente que não.
Desde que o mundo é mundo busca-se junto às divindades tais milagres, tanto que na região da Sidônia, cerca de 800 anos a.C já se venerava um deus fenício de cura chamado Eshmun; em Palmira (Síria) cultuava-se o deus médico Shadrafa e na mitologia Greco-romana, para Asclépio (Esculápio para os romanos), até o século 6 ou 5 a.C se consagraram mais de 300 santuários a esse deus medico que, inclusive, como conta a tradição, ele ressuscitou Hipólito. Isto sem mencionar as adorações a deuses mais antigos e os atos do Antigo Testamento dos quais já falamos anteriormente.
Conhecemos 3 termos bíblicos muito usados e que designam milagres: Thaumásia que é igual a acontecimentos que causam espanto e admiração; Dytmeis que são ações feitas por poder (muito usada por João) e, Seméia que significa sinais. A bíblia já foi traduzida para 6901 idiomas conhecidos no mundo dos quais 43% delas tem traduções completas ou em parte. 2195 línguas desconhecidas receberão as traduções em pouco tempo e 1859 idiomas ainda estão isoladas, alem do que, a ressurreição dos mortos aparece pela primeira vez com Daniel em 170 a.C numa Palestina helenizada que, portanto, é onde se adquiriu a ligação com a imortalidade grega da alma.
Cientificamente falando e mesmo com a mistura religiosa normal dos tempos e traduções mil, a cosmogonia dada pela religião foi desacreditada por Copérnico e o mundo das formas de Platão foi descartado como misticismo grego. Em outras palavras, nosso relacionamento com outras criaturas, com a natureza, com o universo e com Deus, sem as respostas adequadas ao nosso raciocínio sentimo-nos desgarrados, desajustados, forasteiros e vazios, tornando nossas vidas sem sentido gerando, para substituir a insatisfação religiosa, uma alienação pessoal, social e espiritual.
Aí está, além da nossa pouca evolução espiritual, a porta aberta para obsessões, possessões e subjugações de todos os tempos. Ora, a lógica nos diz que somente a imposição moral é que nos dá autoridade sobre estes espíritos que atacam os de igual ou de menor escala evolutiva, e como os apóstolos ainda estavam no começo do entendimento, digamos cristão, nada puderam fazer neste sentido. O Cristo de Deus, com toda sua magnitude evolutiva deu-nos o ensinamento do dever em buscarmos a nossa capacidade de submeter, no bom sentido, os espíritos carecedores de evolução, ao nosso domínio, mostrando-nos, principalmente através do exemplo, que o Amor aliado ao estudo é chama que não se apaga, é Luz vivificante que nos leva até Deus. MUITA PAZ!
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