O CONVERTER

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Numa de nossas reuniões, nosso instrutor nos recomendou a não tentarmos converter ostensivamente os outros porque, na maioria das vezes em que isso ocorre, retiramos a pessoa de um caminho para trazê-la a outro que, onde, normalmente, ela acaba se perdendo pelos labirintos da vida, sendo que, ela, onde estava, ficaria melhor na sua fé e, conseqüentemente, Deus, estaria com isso, mais próximo do seu coração. 

Ele nos fez compreender que o exemplo que dermos, através de nossas atitudes, convenceria mais do que as palavras bonitas que porventura utilizarmos no nosso palavreado, e as pessoas, neste caso, se converterão por si só, pois, perceberá que somos verdadeiros naquilo que pregamos. Como exemplo citou Mahatma Gandhi que disse que “um NÃO pronunciado com convicção profunda, é muito mais importante que um SIM dito apenas para agradar, ser simpático ou, o que é pior, para evitar problemas que fazem parte do seu caminho e que precisam ser resolvidos.

Um líder religioso, de crença diferente da nossa, participando de uma de nossas reuniões, nos deu o ensinamento de que precisamos, para a boa construção de nossa alma, entender as quatro forças invisíveis da vida e que são o Amor, a Morte, o Poder e o Tempo. Compreendemos através de suas palavras que é necessário o Amor ao próximo porque somos amados por Deus. Simplesmente deduzimos que em virtude de tal Amor Divino, devemos compartilhar as bênçãos que a vida nos presenteia, visto que, a ganância, a mesquinhez e o egoísmo limitam a conquista de nossa felicidade plena. Também entendemos que é necessária a consciência da Morte para entender bem o que é a vida e que devemos lutar para crescer sem se deixar seduzir pelo Poder que se conseguir através desta luta. Ora, não há como negar que a generosidade e a honestidade ampliam o leque da alegria, pois compreenderemos que o Poder sem o Amor nada vale. Finalmente, é necessário aceitar que nossa alma, embora seja eterna, está neste momento presa nas teias do Tempo, evidentemente com mais oportunidades e limitações. Com esta aceitação, devemos agir como se o Tempo existisse para se fazer o possível pela compreensão de cada uma destas forças, mesmo porque, elas não podem ser tratadas levianamente, pois são elas que nos ensinam o que devemos aprender.

Isto nos lembra a historia de um profeta que visitou uma cidade para converter os habitantes dali. A principio, as pessoas ficaram entusiasmadas com o que ouviam, mas, pouco a pouco, devido à varias repetições, a rotina difícil do dia a dia da vida de cada um e a dificuldade de seguir a Espiritualidade proposta, tanto homens e mulheres, aos poucos, foram se afastando até que não ficou uma só alma para ouvi-lo. Um viajante, ao ver o profeta, sozinho, pregando a palavra para ninguém, perguntou: - Porque continua exaltando as virtudes e condenando os vícios? Não vês que não tem alguém aqui que te escuta?         
   - No começo, eu esperava transformar as pessoas (respondeu o profeta). Se ainda hoje continuo pregando é apenas para impedir que as pessoas me transformem.

Neste mundo em que vivemos o enriquecimento material traz a desigualdade, a tecnologia que a humanidade utiliza também gera a preguiça e a ociosidade que é perniciosa ao físico e ao Espírito, e, as guerras representam o declínio espiritual. Devido a estes males, as pessoas que parecem fortes, muitas vezes e quase sempre, podem estar endurecidas, ou escondem seus sintomas da fraqueza oculta, talvez porque, sentem a necessidade de se proteger. Nestes casos, as palavras vêm e vão, mas os bons exemplos permanecem. É onde a conversão ocorrerá pungentemente, pois com, certeza, o Amor estará presente nas atitudes.                   

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