TEM ALGO ERRADO...



“A oração (silenciosa ou não) é o dialogo da criatura com o criador” (
Conceito Religioso Universal)

 É de senso comum que quando oramos conversamos com nosso Pai Eterno. Também é ensinamento geral de que devemos pedir para recebermos a graça, e nós, ao apreendermos tal juízo, entramos na presença de Deus com uma relação de pedidos de fazer inveja a qualquer pedinte.
Desde pequeninos aprendemos que Ele está ao nosso dispor e pronto para nos proteger se formos bons ou para nos castigar se pecarmos. Pouquíssimas vezes nos orientam a louvar e a agradecer a vida que temos. Afirmam também, nossos educadores religiosos, que todas as preces são ouvidas, donde se deduz que se existem as não atendidas é porque não serviriam para nós, ou porque não chegou à hora da realização, semelhante ao fruto que não pode ser colhido e saboreado antes da estação própria de consumo. Aprendemos com isso, a saber, esperar o famoso “Tempo de Deus”, cuja resposta do nosso Amoroso Pai é sempre maior do que os nossos problemas, e que, sabendo aguardar a manifestação deste Imenso Amor, todas as nossas necessidades serão supridas, pois que, para isso, existe uma multidão de Espíritos que nos socorrem em Seu Nome, não importando como os designamos, seja: Santos, Anjos, Protetores, Guardiões, Mentores, ou qualquer outro nome que lhes dermos nesta nossa caminhada evolutiva por este planeta também em evolução...

Ora, todos estes conceitos são um hifem entre a teoria e a pratica. Enquanto entoamos toda essa cantilena, enquanto gastamos todo esse palavreado os asilos se enchem de velhos abandonados à própria sorte; os orfanatos lotam-se de crianças esquecidas pelos mais abastados; os hospitais, sanatórios, hospícios e clinicas de psiquiatria estão repletos de pessoas em busca de alivio para suas dores morais ou físicas, e mesmo pelas ruas ou em várias partes, encontramos todo tipo de necessitados de desde o pão e a coberta ao simples sorriso ou palavra amiga. As guerras, as tragédias, as catástrofes e cataclismos, atingem-nos pela mídia fazendo-nos estremecer com medo de nós mesmos. Ao mesmo tempo, a miséria mistura-se ao deslumbramento social enquanto caminhamos às tontas pelas Igrejas existentes no mundo e os que se dizem humanos circulam pela vida completamente desestruturada, pois o sistema nervoso vive abalado devido a todo esse contraste mencionado.

É claro que em toda regra há exceção, o que já é uma regra, mas o fato é que, exceções à parte, tudo o que foi exposto é verídico o que nos faz deduzir de que, realmente, há algo errado nos conceitos transmitidos pelos líderes religiosos, porque, Deus, dentro de Sua Infinita Bondade não poderia estar feliz com todos estes acontecimentos, o que nos faz perguntar: “O que está errado?”
Talvez a resposta esteja contida na incógnita da nossa alma, a qual se buscou conhecer e descobrir, de maneiras estranhas e diversas, sua complexidade e profundidade divina. Ou, a fé que nos acompanha nesta busca é tão frágil quanto uma barca no meio de uma borrasca já que só conseguimos enxergar um mundo sofredor à nossa volta, e que mergulha cada vez mais nas profundezas da desigualdade, do erro e da discórdia, fazendo-nos descobrir que a religiosidade não é uma ciência exata como a matemática, a física, a química ou qualquer outra de sentido acadêmico, mas e sim, a ciência da pratica na vida para a estruturação da fé e vencer as duvidas no nosso modo de viver a religião.
Será que o erro está no nosso modo de agirmos? Pois, ao orarmos esperamos em Deus as soluções acontecerem ao invés de arregaçarmos as mangas e pormos “mãos á obra” nas nossas ações e melhorarmos nosso relacionamento com nossa vida através da atividade construtiva do amor comunitário e humanitário?
Se isso for real, então o “amai-vos” ensinado e vivido por Jesus está esquecido em nosso meio e sendo assim, tem algo errado sim, mas em nossos pensamentos e atitudes, pois a melhor oração é a ação no bem.

                                                                           MUITA PAZ!
           

Comentários

Postagens mais visitadas