TRANSCENDENDO SEM JULGAR

 “Nunca nos arrependeremos de observar que o nosso tipo de felicidade nem sempre é o tipo de felicidade das pessoas que amamos, competindo-nos por isso, acatá-los como são, assim como desejamos ser respeitados como somos” (Albino Teixeira / Chico Xavier).
 Dentro da lei divina de Ação e Reação, da qual ninguém consegue fugir, somos responsáveis por nossas atitudes e isso é algo que, mesmo sabendo dessa responsabilidade, negligenciamos esta sabedoria, pois, normalmente, exigimos do nosso próximo aquilo que nem nós podemos dar. Da mesma forma acontece com nossos julgamentos sobre as ações dos outros, visto que é a nossa ótica que prevalecerá nos nossos comentários.

Assim é quando lemos que o Talibã dinamitou os Budas de 45 metros em Bamiyan, nas montanhas do Afeganistão por um zelo religioso; ou quando sabemos que na Índia, mais de um milhão de pessoas foram vitimas de massacre em confrontos entre hindus e muçulmanos; ou quando os assuntos: “cruzadas”, “fogueira santa”, “Inquisição”; ou outras “decepções” vêm à tona. Qual a diferença destas noticia com o massacre dos judeus pelos nazistas, ou mesmo pela escravidão em massa dos negros africanos? E até das discriminações efetuadas em cima dos que são de outros credos, ou de homossexuais, de classe social ou de qualquer outro tipo?

A consciência do que pensamos, de como pensamos e sob quais perspectivas vemos as coisas é transcender além de nós mesmos. Dependendo de nossa evolução, abrimos ou não o leque do nosso horizonte para a visão do mundo e para a vida de relação e é justamente essa abertura que acende a luz do questionamento das origens dos atos que nos chocam, e, quando auxiliados pela religião, excluindo-se o sobrenatural a nós inculcado por interesses dos lideres, é despertada a nossa evolução a ponto de descobrirmos o significado de Deus.
Isso me lembra uma historia contada no nosso meio para a nossa reflexão: “Uma vez, um jovem discípulo perguntou ao sábio: - “Mestre, porque olhas para o infinito? Pareces tão perdido!”ao que o sábio respondeu: “- Procuro ver o que os outros não vêem.”
O que isso significa? Já se foi falado que os que buscam a transcendência vão além do que vêem. Como por exemplo, olhar uma flor e ver sua essência, ou, uma pedra e não ver somente ela; ver o Céu e ver-se nele, ou, sentir o Sol e penetrar no seu calor; ver as Estrelas e viajar no Espaço, ou, meditar no Oceano e mergulhar nas “águas” da sabedoria; pensar na Morte para ver a Vida renascer; buscar a Paz para o Amor penetrar em sua Alma, ou saber o que o Pintor disse na Tela, enfim, transcender é ir além dos sentidos físicos e encontrar o “alimento” para o Espírito.

Discutir respeitando opiniões é ouvir e ser ouvido. Conhecer, ensinar e aprender é aventurar-se no entendimento, mas para isso é preciso disposição para a tolerância e a paciência, e principalmente, muito, mas muito Amor. Só assim sentiremos a nossa alegria sem menosprezarmos a felicidade dos outros. Compreenderemos, inclusive, que mesmo sem julgamento no transcendente, veremos nosso semelhante como seres em evolução, uns mais e outros menos do que nós, mas e sempre, como nossos irmãos.

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