TESOUROS ESPIRITUAIS
“A terra que hoje reténs será no futuro inevitavelmente dividido. Adornos de que te orgulhas presentemente serão pó e cinza. O dinheiro que agora te serve passará depois à mãos diferentes das tuas. Usa aquilo que vês para entesourar o que ainda não podes ver” (Emmanuel / Chico Xavier. Já falamos do bem que o dinheiro pode fazer em mãos benevolentes, então, comecemos falando sobre o comercio religioso. Só não enxerga quem não quer ver porque o aumento de construções de igrejas ou mesmo de aberturas de novas congregações em qualquer lugar cresce assustadoramente. Não que tenhamos medo deste crescimento, mas pelo fato de ser algo descomunal e desordenado pensamos que dever haver algo por trás deste acontecimento. Será que é só pregar a palavra? Pode ser que sim, mas, reflitamos.
É claro que nesse meio existem pessoas de boa vontade e que se preocupam em levar o Evangelho a todos os que puderem, porém, o que se percebe, sem desmerecer as igrejas de garagem, é que o luxo, a imponência, o orgulho e a vaidade fazem parte deste contexto.
Um estudo mais aprofundado nos mostra simbolicamente o quanto arrecadam com dízimos, ofertas e desafios. Para se ter uma idéia, estes lideres religiosos se enriquecem de tal maneira que os próprios administradores das igrejas que não fazem parte deste meio, ou melhor, não se utilizam da Teologia da Prosperidade, se espantam com tal acumulo de riquezas. Tomemos como exemplo o mais conhecido de todos que é o Bispo Edir Macedo, fundador e líder da Igreja Universal do Reino de Deus, que, segundo a revista Forbes, ele é o único líder religioso que tem mais de um bilhão de dólares, o que equivale a mais de três bilhões de reais. Não temos nada contra esta fortuna porque aprendemos que “enquanto existirem compradores sempre existirá vendedores”. Estamos apenas mostrando o quanto é rendoso o comercio religioso e o quanto estimulam outros a fazerem o mesmo. Por outro lado, estamos apenas apresentando fatos que a própria mídia divulga a “mãos cheias” por ai e também porque aprendemos que a função da religião é desenvolver a religiosidade, acolher os aflitos e os marginalizados, aconselhar os confusos e confortar os oprimidos já que é o próprio Evangelho que nos dá este exemplo para ser seguido.
A fé independe da congregação porque já nascemos com a intuição de que Deus existe e com a intenção de encontrá-Lo. Muitos confundem fé com igreja e com isso ficam dependentes dos líderes religiosos para que conduzam esta mesma fé inata, mas que pode ser manipulada por aqueles que têm o verbo inflamado pela inteligência sem sentimento. Alegam alguns que os bens adquiridos e usufruídos pelas doações dos fieis não é uma recompensa, mas um direito que possuem pelo trabalho que fazem e que as recompensas receberão no céu, o que, no nosso entender é equiparar Deus com a ganância da riqueza. Isso nos mostra uma inversão de valores porque sabemos que os direitos são limitados e os deveres são sem limites para aqueles que desejam realmente amar a Deus e ao próximo como nos manda a Lei Divina.
Direito sem limites a deveres limitados nos remete a classificar os dizimistas em três categorias: o vaidoso que dá por um alívio temporário da consciência; o interesseiro que considera a oferta como um empréstimo a curto ou longo prazo e o que doa por amor à causa mostrando ser um verdadeiro dizimista.
Sabemos que o Tempo é o grande preparador das almas e que as Leis Divinas sabem utilizar este remédio abençoado para nos mostrar que quando entesouramos sem esquecer o bem comum, isto é, sem avareza e com muito Amor aos semelhantes é não substituir a misericórdia pela arrogância e isso, nada mais é do que entender perfeitamente o significado “do que é de Cezar e do que é de Deus” ensinado e vivido pelo Cristo.
MUITA PAZ!
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