ESCRAVOS DA LEI



Dizem alguns conhecedores de literatura que quem escreve um texto qualquer pratica um solilóquio e quem lê o escrito complementa este monólogo porque o escritor fala o que seu intimo quer expor e o leitor entende o que seu intimo decifra. Dessa forma, os dois conversam sozinhos consigo próprio. Não concordamos com esta idéia porque vemos tanto de um lado como de outro, um dialogo, pois, tanto o que escreve quanto o que lê, conversam entre si mesmo sem se conhecerem e independente da distancia que os separam.

Cada pensamento transmitido pela letra (ou pela palavra) é uma semente procurando terra fértil para germinar. Não importa o tempo decorrido, o fato é que em determinado momento aparecem os frutos. Como exemplo, temos que somente em 1996, isto é, 137 anos após a publicação de “A Origem das Espécies”, de Darwin, é que o Papa admitiu que a teoria da evolução fosse mais do que uma hipótese. Como foi com ele, assim está sendo com o pensamento de reencarnação, pois, dentro em breve, ela será aceita em sua totalidade pelas igrejas não reencarnacionistas da atualidade, como já era antes no cristianismo primitivo.    

A história nos conta que no ano 533, no quinto conselho ecumênico, em Constantinopla (Istambul-Turquia), Justiniano (imperador), devido a interesses próprios, estabeleceu quinze anátemas contra alguns dos primeiros ensinamentos do cristianismo, sendo um deles, amaldiçoar qualquer um que mencionasse o fato, ou sugerisse a preexistência da alma, ou a reencarnação como realidade, e, a partir de 553, toda e qualquer menção sobre este assunto (causa e efeito, carma, reencarnação) foi removido dos ensinos cristãos e conseqüentemente, das escrituras. O domínio sobre os fieis era tão escravacionista que no século II Tertuliano (Bispo de Cartago) quis proibir o orgasmo alegando que isso pertencia a deuses pagãos, como se a própria natureza não pertencesse às leis de Deus.

A evolução está presente desde que o mundo é mundo e os humanos evoluem de geração em geração. Inicialmente, pode até ser necessário um cabresto como freio, mas, a própria seqüência de vida faz com que se liberte destas amarras para um vôo com mais liberdade.

Isto nos lembra uma lenda que diz que no deserto as frutas eram raras. Então Deus chamou um dos profetas e disse para ele divulgar o mandamento de que cada pessoa só podia comer uma fruta por dia. O costume foi obedecido por gerações e a ecologia do local foi preservada. Como as frutas davam sementes outras arvores surgiram e, em pouco tempo toda aquela região se transformou num solo fértil e invejado pelas outras cidades. O povo, porém, fiel à recomendação que um antigo profeta tinha passado aos seus ancestrais, continuava comendo uma fruta por dia além de não deixar que os habitantes de outras cidades usufruíssem da farta colheita que aconteciam todos os anos. O resultado? As frutas apodreciam no chão. Deus, então, chamou um novo profeta e o instruiu para que liberasse o povo para comer as frutas que desejassem e quando ele transmitiu este novo mandamento, o apedrejaram já que a norma antiga estava enraizada no coração e na mente de cada um dos habitantes. Com o tempo, os mais jovens da aldeia começaram a questionar aquela tradição bárbara, mas, como a lei dos mais velhos era intocável eles resolveram afastar-se daquele local e fundar uma nova cidade adjacente. Assim, poderiam comer quantas frutas quisessem e dar o restante para todos os que necessitavam de alimento. Na cidade antiga só ficaram aqueles que se consideravam salvos por seguirem obedientemente as regras, mas na verdade eram pessoas incapazes de compreender que o mundo se transforma e que nós devemos nos transformar com ele para não sermos escravos daquilo que aprisiona em vez de libertar.                                                       
                                                                     
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