DEUSES, DEMÔNIOS E DIABOS 1/2
Por ser extenso estamos resumindo e dividindo em duas partes.
Nosso tema era livre e como o assunto dos deuses e demônios sempre nos atraiu, apresentamos isto:
Dante, guiado por Virgilio (autor de Eneida), encontrou escrito no portão do inferno a frase “Abandonais as esperanças, ó vós que aqui adentrais”, mostrando claramente a crença nas penas eternas. Ainda conforme Dante quem ali entrar encontrará o rio Aqueronte, o barqueiro Caronte, Minos (como juiz), Cérbero (o cão de três cabeças), Plutão (como guardador do lugar), Estige (o rio de sangue fervente), Cidade de Dite, Flegetonte (o rio de fogo que passa pelo Tártaro), o Minotauro de Creta, Malebolge (valas malditas), Cócito (o rio das lamentações), indicando-nos uma mistura enorme de mitos e filosofias. Não se pode esquecer que o inferno de Dante é formado por nove círculos, três vales e quatro esferas que (para quem gosta de numerologia) somando tudo (9+3+4) dá dezesseis, que somados (1+6) é igual a sete, cujo numero na antiguidade era considerado mágico, místico e cabalístico.
A própria palavra Inferno deriva do latim (infernus) que designa os lugares baixos (cova, sepultura) como Sheol (latim), Hades e Geena (grego) e que são sinônimos entre si. Igualmente a grafia de Lúcifer que é a forma latina de designar o “portador da luz”, ao contrario de Mefistófeles que vem do hebraico memphitz (distribuidor), tophel (mentiroso) que em outras palavras significa “distribuidor de mentiras” e que é, ao mesmo tempo, o diminutivo de “tophet shequer” ou “falso reparador”. Ainda temos do grego o “a-/an” (negação), phos (luz) e philis (amante), ou seja, “não amante da luz”.
Não está nítido que povos influenciaram povos e que os acontecimentos não entendidos pela razão da época influenciaram a crença sobre crença, formando religião influenciando religião até os dias de hoje?
Sabemos que a mudança da fé não pode ser brusca então deduzimos que este processo levou anos para se concretizar, porque trocar a crença intima inesperadamente por outra pode dar um nó nesta fé. Se assim é nos dias atuais imagine naqueles tempos. Em qualquer época o sentimento deve andar conjuntamente com a razão, porque, só assim se consolidará esta troca. Sabe-se que a fé vem do sentimento e que a razão pertence ao intelecto. Assim, se não houver harmonia entre eles um prejudicará o outro, alem do mais, se você impuser sua verdade ferirá a liberdade de quem você está se dirigindo, mas se agir contrariamente, expondo o que acreditas você estará dando a liberdade de raciocínio a quem te ouve.
Um exemplo do que afirmamos é o Jainismo (seita reformada do hinduísmo), que proíbe a matança de toda criatura vivente. Diante disso alguns sacerdotes Jainistas usam mascara de gaze branca por cima da boca para não aspirar, e, portanto, não matar qualquer inseto com a respiração. Pressupõe-se, ademais, que eles não saem à noite, ou no escuro, para não pisar inadvertidamente em algum verme ou qualquer outro ser vivo não visível.
Reconhecemos com o que já aprendemos que a lei que governa o mundo e tudo o que nele há, mostra-se inteligente, portanto, não é uma lei governada pelo acaso, o que nos faz afirmar que tudo tem seu tempo de existir e que devemos respeitar este tempo. É interessante assinalar que, hoje, na Índia, onde grande parte dos ensinamentos de Ghandi é ignorada, agora está sendo aceita por um grupo cada vez maior de ocidentalizados. Não queremos afirmar com isto que o ocidente é mais evoluído que os outros estamos procurando mostrar que tudo tem seu tempo de ação. Veja que na época bíblica era normal o apedrejamento, os sacrifícios humanos, a observância do sábado entre outras coisas o que fez Jesus dizer “ouviste o que foi dito aos antigos, eu, porém, vos digo”, nos comprovando que era chegada a hora de mudanças.
PAZ E LUZ!
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