OS DIAS QUE VIRÃO

O instrutor do dia iniciou a reunião contando-nos uma história:

Zacarias (toda personagem de suas historias tinha este nome) morreu e seu Espirito encontrou-se num belíssimo lugar rodeado pela beleza e pelo extremo conforto. – “Estou no céu (disse para si mesmo) também pudera, vivi religiosamente como manda a minha igreja. Fui dizimista e participei ativamente das reuniões. Nada mais justo usufruir do paraíso”... Neste monologo intimo, um homem vestido de branco aproximou-se e disse-lhe: - “Você tem direito a pedir o que quiser: alimento, prazer, diversão. O que desejar”... Envaidecido e encantado, Zacarias fez tudo o que sonhou encontrar no paraíso e depois de tempos de prazeres procurou o homem de branco e ao encontrá-lo foi logo dizendo: - “Já fiz tudo o que tinha vontade e estou entediado. Necessito de um trabalho para me sentir útil”... – “Lamento, respondeu-lhe o sujeito de branco, esta é uma das coisas que não posso lhe atender porque aqui não há trabalho”... – “Como? (Perguntou o espantado morador), isso é terrível! (afirmou) Passar a eternidade morrendo de tédio é um suplicio enorme. Preferia então estar mil vezes no inferno!”... O homem de branco aproximou-se um pouco mais e cochichou: - “E onde você pensa que está?”.

Após uma pequena pausa para assimilarmos o teor desta historia, ele continuou:

“É fato que toda oração será ouvida mesmo que nem todas serão atendidas, mas, com certeza, nenhuma será negligenciada pela espiritualidade, porém, é preciso saber que junto com o arrependimento a reparação será necessária. Vamos dividir a oração em sete partes para entendermos o que se virá de nossa parte nesta reflexão: A oração de agradecimento é aquele “obrigado Senhor” dito de coração; a de arrependimento é o “mea culpa”; a de penitencia é o pedido de “perdão”, a da fé é a frase “aqui estou”; a de adoração é “maravilho-me Senhor com tuas obras”, a de pedido, que é a mais utilizada, é aquele “fazei” dito com toda força da palavra, a comunitária é a feita em “comunhão” nas reuniões e a litúrgica é a que faz parte da “liturgia”. Pois bem, com toda esta força divina movimentando muitos lábios e poucos corações, como entender a bondade divina e o mal no mundo? O sofrimento existente e o Amor do Pai? A felicidade dos maus com a justiça divina que se acredita neste caso, ser injusta? O triunfo dos perversos e o fracasso dos bons? A presença de Deus com a onisciência, a presciência, a justiça, a misericórdia e o Amor não torna incompreensível as calamidades, as catástrofes, e, de um modo geral, o mal no mundo?

Poderíamos simplesmente afirmar que crer no Espirito Santo inspirando no entendimento dos textos sagrados ou na compreensão da vida é cair no erro porque, se assim fosse, não teríamos diversas igrejas que se dizem cristãs e apostólicas, mas, isto seria uma resposta não condizente com a verdade que vemos por ai porque, para aqueles que acreditam nesta atuação e que através de suas crenças se aproximam mais de Deus tornando-se melhores, para que dizermos o contrário do que creem?

Muitos pegariam Buda e Maomé para tentar explicar o fenômeno da diversidade dos efeitos na vida, mas, Buda tem a negação da própria vida na teoria da aniquilação do Ser e Maomé precisou da espada, ceifando muitas vidas com ela, para impor sua doutrina num Deus Único, restando-nos Jesus nos oferecendo a vida eterna através do Amor incondicional e do entendimento de que a cada um se dará conforme suas obras, ou seja, colhendo aquilo que plantou dentro da lei de Ação e Consequência, comprovando que somos responsáveis por tudo o que nos acontece neste mundo ou no outro. Então, imaginemos através dos efeitos, as causas que se manifestam, individuais ou coletivas, mostrando as qualidades dos que aqui vivem, sem se esquecer que privilégios e concessões não existem nas Leis de Deus. Portanto, não nos deixemos levar pelas aparências que enganam confundindo nas mentiras camufladas com verdades, porque, se isto acontecer, com certeza, nos dias que virão, teremos a mesma decepção  de Zacarias.                 

                                                                      

                                                                                 PAZ E LUZ!

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