O ESPIRITISMO É CRISTÃO

A influência religiosa de umas religiões sobre outras acontece naturalmente devido à infiltração psicológica muitas vezes despercebida e ou em algumas vezes por interesse dos líderes e dos adeptos. Temos no evangelho o exemplo da circuncisão adotada pelo judaísmo e motivo de discussão entre os apóstolos já que o Cristo nada falou a respeito. Tiago, para apaziguar-se com os fariseus e por ainda estar impregnado nas crenças judaicas, propôs que se adotasse tal pratica no meio do cristianismo nascente por se tratar de lei mosaica, imposição essa que trouxe a discórdia entre eles a ponto de consultarem Paulo sobre o tema. Como vemos, é natural que ideias se misturem a outras ideias para trazer novos conhecimentos através de raciocínios mais elaborados. Isso explica porque toda mudança na forma de pensar deixa rastros do pensamento anterior. O catolicismo atual nos mostra que o cristianismo por ele praticado sofreu influencias judaicas, mesopotâmicas e babilônicas, o que trouxe dissidentes gerando várias ramificações que se diziam cristãs. Querendo impor-se como única e verdadeira dona dos portões para o céu e cheia de interesses do poder temporal (políticas, sociais e monetárias), alteraram o que puderam nos Evangelhos, proclamando, inclusive, que fora da igreja não se encontraria salvação, mostrando com isso a ganância de monopolizar intelectualmente o povo. Acontece que a Verdade não pode ser adulterada para não deixar de ser Verdade. Apareceram então os protestantes através de Lutero para recolocar o cristianismo na rota em que ele deveria seguir, mas, infelizmente, quando se desligaram da igreja católica levaram consigo os escritos já alterados continuando, assim, através daqueles livros, a propagar seus ideais com pouca diferença daquilo que combateram inicialmente, culminando com Martinho desviando a senda elaborada para confrontos que em nada ajudavam o cristianismo da época, pois, também se colocavam como únicos e verdadeiros já que hastearam a bandeira com os dizeres que fora do Cristo não haveria salvação, menosprezando outras religiões que igualmente se preocupavam em melhorar o ”ser” e de aproximá-lo de Deus, mesmo que Ele tivesse outros nomes em seus lábios. Jesus, como conhecedor profundo do coração humano, já havia previsto que sua doutrina se transformaria dessa forma, prometendo-nos em época oportuna o “Consolador” para consolar todos aqueles que a Ele se voltassem, trazendo sua doutrina de Amor através do Espírito de Verdade para nos guiar até a Espiritualidade que liberta esclarecendo nossa situação neste mundo cheio de lagrimas e sofrimentos, colocando a “Boa Nova” ao alcance dos que queiram entender o “amai-vos” dito e vivenciado por Ele. O Espiritismo, através da curiosidade e inteligência de Kardec, ensina-nos que fora da caridade não há salvação, demonstrando que o Amor não faz distinções de raça, filosofias e ou de religião. Através da pratica do Amor ao Próximo comprovou-se que no passado buscávamos o Criador nos sacrifícios, nas oferendas, nos holocaustos, nos incensos, nos cultos externos, nos cantos e numa imensidade variada de rituais, e que hoje, através do Cristianismo Revivido, O buscamos em Espírito e Vida. Seria muita arrogância nos colocarmos dessa forma? Não pretendemos ser exclusivos no caminho que nos leva ao Pai Eterno. De forma nenhuma alegaríamos tal propósito, mas perguntamos qual a diferença que temos, sem levarmos em conta os dogmas e rituais litúrgicos com os Templos religiosos de outras nomenclaturas?  O que não é um Centro Espírita se não uma escola de aperfeiçoamento moral? Sem desmerecer as outras congregações porque cada qual tem sua validade de existência, afirmamos que lá se aprende que somos todos aprendizes e que por isso não existe hierarquias como nas outras filosofias. Lá é ensinado que devemos utilizar nosso aprendizado com nossos semelhantes, seja no lar, no trabalho ou em qualquer local em que estivermos sem desperdiçar oportunidades de fazer o bem. O ajudar, o instruir simplesmente, o ser útil de alguma maneira ao próximo, sem distinção de raça ou crença e sem interesse que não seja o do Amor ao próximo. Isso é ser Espírita! É ser cristão! Repetimos: O espiritismo cristão é isso e o que se diz ser verdadeiramente espírita deve cuidar para que as influências que desvirtuam nosso caminho não predominem para não cairmos no mesmo erro daqueles que mencionamos e atravancar nossa evolução, e desse modo, praticarmos hoje e sempre, o cristianismo puro e simples.                   PAZ E LUZ!

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