VALE A PENA VIVER AQUI?

Aqueles que olham para o mundo em que vive com a visão material, têm a impressão que a alcunha “vale de lágrimas“ impera no planeta. Já foi o tempo desta validade e agora já não estamos mais 100% nas “provas e expiações” e sim entrando na era da regeneração. Infelizmente, apenas uma minoria percebe isso porque a maioria só vê o lado sombrio das situações abrasantes do cotidiano. Se colocarmos nos pratos da balança as felicidades e infelicidades que nos acometem verá que as alegrias são em maior quantidade do que as angustias que aparecem. O que acontece é que damos maior ênfase à elas e por isso as sentimos mais. Já que lhes damos maior valor temos a ilusão de que são em maior número.

Aprendemos que o ser humano possui somente três tipos de problemas: saúde, amor e dinheiro, ou seja: vitalidade, sentimento e monetário, mas que, devido à nossa variação evolutiva, cada qual sente de maneira diferente, de acordo com sua evolução, as manifestações destes aprendizados. O cansaço, a monotonia, a dúvida, a solidão, as surpresas com curvas desconhecidas, tombos e desilusões nos fazem esquecer-se do amor, da animação, do prazer de aprender, do entusiasmo no crescimento e da satisfação de viver. Sabemos que é necessário encontrarmos a nós mesmos para que sejamos os salvadores de nós próprios porque a partir do momento em que temos a convicção de que somos responsáveis pelos nossos atos e que sofremos as consequências deles, nos tornamos aptos a entender que a felicidade está em nossas mãos. 

Sócrates já dizia que “ninguém que saiba ou acredite que haja coisas melhores do que as que fazem ou que está ao seu alcance fazer  continuam fazendo quando conhece a possibilidade de outras melhores” e entendemos isto como alavanca do aperfeiçoamento individual e que está inserida dentro da lei natural de evolução.

Precisamos aprender, não a julgar ou a justificar, mas a compreender o irado no transito, o carroceiro que cata bagulhos, o alcoólatra que foge do tratamento, o médico e a doença, a comunidade de drogados, o cientista que deu a vida em busca da alquimia perfeita, o mestre de obras e seus ajudantes, o porteiro de prédios e os seguranças armados, o policial e o bandido, o silvícola e os canibais, o vizinho que cuida de nossa vida, o suicida, o prostíbulo, a fome no mundo, a guerra, os abandonados e enfim, a vida e a sua diversidade.  

A positividade perante os embates da vida descortina o horizonte onde se encontra a felicidade de viver nos dando a certeza de que vale a pena participar da vida neste mundo ou em qualquer outro.  O sufista egípcio Dhu’I-Nun (796-861), autor de poemas místicos resume     em uma linda prece a atitude positiva necessária para enfrentarmos de cabeça erguida a descrença no viver ao dizer “Ó Deus, quando presto atenção nas vozes dos animais, no ruído das arvores, no murmúrio das águas, no gorjeio dos pássaros, no zunido do vento ou no estrondo do trovão, percebo neles o testemunho a Tua Unidade. Sinto que Tu és o supremo Poder, a Onisciência, a suprema Sabedoria, a suprema Justiça. Ó Deus, que Tua Satisfação seja a minha satisfação. Que eu seja a Tua alegria, aquela alegria que um pai sente por um filho e que eu me lembre de Ti com tranquilidade e determinação, mesmo quando fica difícil dizer que Te amo”... e nós complementamos afirmando que a trilha que denominamos “errada” é aquela que nos possibilitou a aprendizagem e o sentido do melhor viver, assim Pai Eterno, agradecemos pela Vida que nos faz progredir e sermos a Tua Imagem e Semelhança. Obrigado Senhor!   

                                                                          PAZ E LUZ!

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