VULTOS DE NÓS MESMOS

Na famosa obra prima de Lewis Carrol “Alice Através do Espelho e o Que Ela Encontrou Por Lá” há um diálogo digno de nota onde a rainha acabara de contar algo extraordinário:

- Não posso acreditar (diz Alice).

- Não pode? (a Rainha responde tristonha). Tente de novo. Respire fundo, feche os olhos e acredite.

- Não adianta tentar (retruca Alice rindo). Só tolos acham que coisas impossíveis podem acontecer.

- Acho que o que está lhe faltando é um pouco de pratica (revidou a Rainha). Quando eu tinha a sua idade, eu treinava, pelo menos, meia hora por dia. Logo depois do café da manhã fazia o possível para imaginar cinco ou seis coisas inacreditáveis que poderiam cruzar meu caminho, e, hoje vejo que a maior parte das coisas que imaginei se tornaram realidade, inclusive, eu me tornei rainha por causa disso...

Quantos acontecimentos nós imaginamos em nossa vida, e que após algum tempo, com o imaginado já esquecido, vemos a realização do impossível? Como aconteceu?

Sabemos que a vida se encarrega de nos trazer o que necessitamos para evoluir e é por isso que afirmamos que o cosmo trabalha a nosso favor ou desfavor, dependendo da inclinação dos nossos pensamentos. A frase “atraímos o que pensamos (ou desejamos)” cabe perfeitamente neste contexto.

Por outro lado, quantos que pedem um “milagre” e quando lhes acontecem não acreditam nele, sendo que, a vida nos pede constantemente para acreditar e confiar na vitória, mas que, não seguem o recado oferecido encontrando pretextos para a sua não realização? Ora, sabemos que “milagres”, propriamente falando, não existem, mas sabemos também que se tivermos “fé do tamanho do grão da mostarda”, conseguiremos movimentar forças universais para concretizar o que desejamos independente do tempo que demore em acontecer.

A maior parte das pessoas se omite e evita a luta consigo mesmo através do conformismo; do medo do senso do ridículo; do pavor da maturidade; da sensação de impotência travando a bravura de crer, no que e do que é capaz, ficando assim neutros na vida sem se importar com a miséria do próximo; condoídos com o sofrimento alheio, porém não se mexem para auxiliar a quem precisa; combatem os preconceitos raciais, sociais e religiosos, mas, para não se comprometerem são os primeiros a apontar o dedo acusador e, muitos outros que, indignados com certos acontecimentos que cruzam nossos caminhos se recolhem em seus lares acusando o resultado de nossas ações como injustiça.              

Quem percorre um caminho espiritual, independente de uma religião ou não, qualquer que seja ela, carrega consigo forças para vencer os infortúnios que lhe aparece tentando desvirtuá-lo do caminho derrubando lhe o ânimo de vencer, mas, para utilizar esta força precisa rejeitar com veemência o desanimo e crer firmemente que é capaz de seguir rumo á vitória. É nesse momento que o Universo se encarregará de nos dar o que precisamos o que almejamos ou o que sonhamos e que nos será útil para nosso aprendizado evolutivo, não importando quanto tempo se demore a sua realização.

Os recursos para os ditos milagres estarão sempre à nossa disposição. Para isso, basta não temermos as decepções e nem o enfrentamento das tempestades que por ventura nos aparecem como colheita do nosso plantio. Transferirmos para os outros as nossas responsabilidades é desviar-se da verticalização do nosso Espirito, é entrar em atalhos que nos colocarão nos labirintos da decepção, pois, se não errarmos não aprenderemos a acertar, se não andarmos não conheceremos a viagem, se não sonharmos não teremos a ajuda cósmica e, se cairmos na descrença isso nos tornará sombras de si próprios, ou se preferir, vultos de nós mesmos.                                                                

                                                                            PAZ E LUZ!                                                                       

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