O PRIVILÉGIO DE BUSCAR

É necessário explicar que nossas reuniões eram feitas ao ar livre, sempre ao redor de uma acolhedora fogueira e sempre ao lado de um dos elementos da natureza (ar –água- pedras –mata –etc.) e que nos era muito proveitosa. Pois bem! Em um determinado dia, houve uma exposição manuscrita de um irmão que se sentia perdido no nosso meio, pois que se achava inculto perto dos demais. Somos adeptos do livre pensamento e por isso temos a liberdade de expressar o que sentimos e é onde buscamos as respostas que melhor atendem nossas duvidas e sempre dentro de um conhecimento de um Deus que seja a Misericórdia, a Justiça e o Amor. Pois bem, por estimulo do grupo, mandou-nos a carta que agora destacamos na integra. Esperamos que você também  tenha a iniciativa de pensar a respeito:

“Procurei ser exemplo e a minha fé aos outros transmiti; procurei viver o Evangelho e em nada me omitir; procurei o esclarecimento que aclara a verdade para seguir; procurei a Paz interior para quando encontrá-la não deixá-la partir; procurei em Jesus o caminho, a verdade e a vida e encontrei tudo aquilo que buscava... Procurei nos benfeitores espirituais o consolo quando na dor eu chorava; procurei unir a família com tudo que aprendi e que piamente eu acreditava; procurei viver de maneira que o arrependimento de mim se isolava, se afastava...

Procurei, procurei, procurei e me encontrei em Vossos braços abertos que estavam a me esperar... Foi quando ouvi uma doce voz a me falar: -“Filho meu! Não te preocupes tanto! Tudo tem sua hora certa de acontecer! Não há necessidade de forçar o amadurecer, pois no momento certo, portanto e, entretanto, é que o fruto maduro estará pronto para você! Com calma, amado filho meu, é que nos encontraremos em definitivo. Então, mesmo assim, afirmo que nunca nos separamos, pois sei que me sentes. Grave em tua alma que nos amamos para sempre! Você é filho querido e eu pai zeloso. Não me procure tão desejoso de antecipar nosso encontro que deve ser moroso, para que se fortifique cada vez o alicerce do nosso amor bondoso... Porque tanta preocupação se de você não exijo a instantânea perfeição?”

Percebendo sua vontade de evoluir, aprendemos com este irmão abençoado que podemos confundir humildade com falsa modéstia e com servilismo. Aprendemos também a analisar com mais primor tudo o que recebíamos de ensinamentos de outros pensamentos que, inclusive, nos diziam para valorizarmos apenas aqueles que nos valorizam e, para não perdermos tempo com aqueles que não têm tempo para nós, sendo que ficamos a pensar que se Jesus utilizasse isso como modelo onde nós estaríamos? Será que teríamos o Evangelho para seguir? Outros afirmam que não levamos nada após a morte e com isto nos perguntamos se desse jeito vale a pena viver o “amai-vos” ensinado e exemplificado pelo Cristo.

Este tipo de pensamento nos remete a uma reflexão circulante que diz que o homem ao morrer não leva nada porque as roupas e o dinheiro pertencem à terra, as recordações são do tempo e os talentos das circunstancias, os amigos e os familiares são do caminho, a esposa e os filhos são do coração e que o corpo pertence ao pó que o gerou. Sobrou a alma e essa é de Deus. Então o homem, cheio de medo e com lagrimas nos olhos descobre que na realidade nunca teve nada e que o que viveu eram apenas momentos. O que nos faz perguntar: Valeu a pena viver esta vida?

Ora, não há lógica todo este palavreado que nada acrescenta ao Espírito. Como crer naquele que nos orienta para perdoarmos infinitamente aos nossos ofensores se tudo acaba com a morte? Não é uma ignorância selvagem acreditar que Deus nos tenha criado para o nada? De que vale toda esta busca religiosa se vai se mergulhar no esquecimento? Deus, neste caso, não deixaria de ser Deus e nós de sermos criaturas em evolução? E não é a própria vida que prova que evoluímos? Então? O que dizes? 

  

 MUITA LUZ!

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