EVOLUIMOS OU SÓ MUDAMOS A ROUPAGEM?


Há cerca de 100 mil anos, quando os Nandertais começaram a enterrar seus mortos, surgiu a preocupação com o após a morte e com ela o interesse em conversar com o outro lado da vida. Os contatos eram feitos através de rituais, sacrifícios e orações por intermédio daqueles que se convencionou chamar de xamãs. A crença neste contato se potencializou no desenrolar dos tempos em diversas vertentes espirituais conforme as civilizações.
Bem antes deste período, devido aos cataclismos sofridos e dos perigos que enfrentavam, eles acreditavam em deuses que se intrometiam no dia a dia dos humanos alem de castigadores da humanidade e por isso, como conseqüência da busca da calmaria na vida surgiu as oferendas e os sacrifícios conforme a necessidade de cada povo. Naquela época os sacrifícios humanos não eram considerados assassinatos porque sacrificavam apenas os criminosos e os prisioneiros de guerra, para depois optarem pelas virgens acreditando que elas tinham o poder de fecundar a terra e de apaziguar quem quer que fosse.
Os sacrifícios eram feitos por decapitação, esquartejamento ou pelo fogo, onde queimava as vísceras e principalmente o coração como aroma agradável aos deuses. Um dos ritos sacerdotais era que os povos agrícolas acreditavam que sacrificando seu rei estariam sacrificando um deus encarnado, pois, como a vegetação precisa ser ceifada e a semente tem que descer à escuridão do solo para ter a ressurreição na forma de fruto, o rei precisaria enfrentar seu túmulo para ressurgir gloriosamente e continuar seu reinado. Ora, a justiça, neste caso e de um modo geral, depende de um conjunto de regras morais que se transformam em leis formais e normas informais que definem os parâmetros e demarcam fronteiras do proibido com o permitido e do impositivo com o facultativo na convivência humana, e, como os humanos, da mesma forma que outros animais que nos cercam, tendem a aprender pela fome através da comida, pelo sexo em conformidade com o cio e pela dor decorrente da tortura ou do medo. Assim, para “fugir” da morte, estabeleceu-se como lei e norma, que o rei encarnaria a divindade para ter relação sexual com a sacerdotisa, que deveria ser virgem para gerar um filho para sua posteridade e, após o nascimento da criança, ser sacrificada em seu lugar. Foi quando as virgens, sacerdotisas ou não, passaram a mártires nos holocaustos.
O fogo era utilizado nos rituais por ser considerado sagrado. Ele ilumina a noite e com ele se prepara alimentos, também serve na agricultura e na agropecuária para limpeza da área alem de afugentar animais selvagens e insetos venenosos do local onde o fogaréu é aceso.  No inicio de sua utilização era feito uma labareda dedicada ao culto de Apolo e para a veneração do deus romano Vulcano. Nas tribos árabes se saltava sobre a fogueira sete vezes para se purificarem e para os Celtas, na festa de Beltane, esquentava a comemoração que demonstrava o encontro da donzela com o deus caçador para, exaltar a vida e a fertilidade. No cristianismo ele representa o Espírito Santo no dia de pentecostes (vocábulo grego que significa qüinquagésimo) e na Bíblia é a morada de Lúcifer.        
Todo ritual é um procedimento padrão para impor ordem e disciplina que tanto pode ser no social como no religioso. A corrupção dos fariseus, o ceticismo dos saduceus, o mercantilismo dos escribas, o espiritualismo dos essênios e o nacionalismo dos zelotes expostos nas escrituras bíblica, ainda estão presentes na época atual, dividindo os crentes da mesma crença em diversas igrejas denominadas cristãs. Pentecostais, batistas, adventistas, católicos, espíritas e outras conhecidas ou desconhecidas pela maioria, com suas diferenças, nos ensinam que rezar sem ter fé é o mesmo que celebrar missa para o incrédulo, transmitir o carnaval para o deprimido ou tentar explicar para o racionalista tudo o que acontece num terreiro de Umbanda ou roça de Candomblé;
Hoje, na roda do tempo, pouca coisa mudou em relação à sacrifícios. É evidente que as “obrigações cruentas” chocam o individuo de sensibilidade espiritual apurada, mas, o que dizer do desprezo, da excomungada e do desrespeito com as pessoas que pensam diferentemente de nós?
O que vemos por este mundo afora nos faz perguntar: “Evoluímos ou apenas trocamos de roupagem?”
                                                                               MUITA LUZ!  

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