VOCÊ NÃO É MENOS AMADO POR DEUS


A filosofia de Baha’i, na Índia, prega a validade de todas as fés e a igualdade de todos os seres humanos desde 1863. São três os princípios básicos que divulgam para quem quiser estudar: A unidade de Deus, a unidade da Religião e a unidade da Humanidade, coisa que não conseguimos crer pela própria diversidade natural humana e é claro, devido à essa mesma diversidade, o nascimento de diversos entendimentos sobre o divino. Acreditamos sim, que teremos um dia um único Templo, cujo nome deverá ser designado como ”Templo do Amor”, mesmo que existam diversas religiões na época.
O que nos distingue das outras espécies é a capacidade de pensar, e, é também esta mesma capacidade que faz o ser humano ser tão “irracional” quanto se pode imaginar, porque a “racionalidade” depende do grau de entendimento tanto da intelectualidade quanto da religiosidade de cada um. Demócrito (filósofo pré-socrático) já dizia que “desejar ardentemente uma coisa é tornar-se cego para as demais”.
Não somos máquinas. Somos individualidades que buscam uma homogeneidade dentro da humanidade. A ciência, através de equipamentos pode saber que estamos pensando, mas jamais saberá o que estamos pensando. É fácil mapear as alterações químicas e elétricas nos bilhões de células nervosas do cérebro. Prever com exatidão os movimentos físicos (olhos, membros e etc.) virou “mamão com açúcar”, mas, reafirmamos que maquina nenhuma pode prever com exatidão o nosso pensamento, mesmo porque, no abstrato, nem tudo é o que parece ser, porque, exatamente, nada é o que parece ser na realidade, até que se comprove no concreto, o que deixará de ser abstrato.
O Espírito sim consegue prever determinados acontecimentos pela própria elasticidade que ele possui no tempo e no espaço. Blaise Pascal (matemático, físico e teólogo francês) nos ensinou que “o aumento do conhecimento é como uma esfera dilatando-se no espaço. Quanto maior a nossa compreensão, maior o nosso contato com o desconhecido”.
Toda essa diversidade que anotamos principalmente a moral decorrente da evolução espiritual predominante no globo, faz com que afirmemos que o fanatismo vem da superstição, da ilusão e do orgulho. Também vem da constatação da verdade que aparece nas bênçãos que a vida nos dá, mesmo repleto de problemas que requerem soluções. Isso nos faz entender que a maldade pode ser uma maneira de chamar a atenção, de se valorizar, ou mesmo de ser uma forma equivocada de se defender, e também de que a cobrança intima da culpa pode ser um instrumento da vaidade.
Se não for assim, como entender que o Rei Felipe II, monarca absoluto do vasto império espanhol, na segunda metade do século XVI, notabilizou-se pela frieza e determinação implacável com que perseguiu seus objetivos descartando aliados e eliminando inimigos, inclusive, com falsas acusações de heresias e cruel perseguição de não católicos, sempre justificando seus crimes e o apoio à maquina inquisitorial com elaborados pretextos teológicos e razões de Estado do Reino de Deus. Saiba que ele, apesar de marcado por um temperamento ascético, costumava passar ajoelhado, horas a fio, diante das imagens dos santos e das relíquias católicas. Talvez seja este o motivo de Jesus, em sua crucificação, olhar para esta humanidade e pedir ao Pai para nos perdoar alegando que não sabemos o que fazemos (Lucas 23:34).


Repare no teu dia a dia que quem serve ao próximo está sempre auxiliando e quem é servido está sempre precisando, porque, o que determina a humanidade do animal humano é o grau da espiritualidade alcançada. Assim sendo, de um jeito ou de outro, todos nos auxiliamos mutuamente, e este é exatamente o motivo de afirmarmos que nenhum de nós é menos amado por Deus do que qualquer outro.

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