RELIGIOSIDADE NATURAL
Antes de nos reunirmos para o aprendizado do dia, nossa conversa girava em torno da religiosidade, e na reunião, nosso instrutor, como se soubesse de nossas duvidas, iniciou a palestra nos perguntando a diferença entre o religioso e a religião. Resumiremos o que ele disse após varias respostas de nossa parte: “O religioso é fruto do sistema de religião, e a religiosidade é uma qualidade do individuo pela aptidão natural, disposição especifica ou tendência para sentimentos religiosos, portanto, a religião, qualquer que seja ela, não deve ser somente um conjunto de rituais ou uma doutrina de lei moral. Deve ser vida para o fiel ser um praticante desta vida.
Fé, Esperança e Caridade deve ser apenas uma bandeira hasteada ou deve ser a escola para a admissão na bem aventurança? é nessa faculdade que, com certeza, se despertará a religiosidade. Podemos afirmar sem medo de errar que o cristianismo não é restrito à religiosidade que as igrejas querem nos impingir e nem aos rituais que foram introduzidos. Ele é amplo no sentimento do amor irrestrito, sem dogmas e sem entremeios, mesmo porque, a religiosidade, no sentido literal da palavra e como especificamos acima, se encontra em toda a natureza. Acreditamos que estamos nos dirigindo a pessoas com algum entendimento, portanto, temos a certeza de que seremos compreendidos, porque, se falássemos a irmãos incultos que, no extremo norte do globo a “noite polar” começa no dia onze de novembro e dura até trinta de janeiro, eles não acreditariam que existe uma “noite” tão longa, e, se disséssemos que o “sol da meia noite” vai de abril até o final de março, seriamos taxados de loucos. Se ainda hoje existem pessoas que não acreditam que o homem pisou na lua, acreditariam se explicássemos que quando o Cristo afirmou que “é mais fácil um camelo passar pelo buraco da agulha do que o rico entrar no reino” se referia às portas de Jerusalém que tinham este nome por causa de seu formato e que de tão estreitas que eram os mercadores, com seus camelos abarrotados de mercadorias, não conseguiam passar por elas sem que toda tralha fosse retirada. Para nós, isso simboliza o desapego e representa o despojar-se de toda carga que o impeça de entrar no Paraíso. Mesmo que tenhamos razão, os fundamentalistas, os conservadores e os fanáticos nos chamarão de hereges endemoninhados. Mas, porque estamos falando dessa forma? Porque Deus, na realidade, não está somente nas religiões, mas em todo este vasto universo e em todos os reinos da natureza.
A lagarta pode nos dar um excelente exemplo. Veja que no inicio ela é feia e repugnante para muitos, mas depois da metamorfose ela se transforma numa linda borboleta e não há como alguém não admirá-las. Assim é nossa evolução que inicialmente, como se fossemos pedra bruta em busca de nossa melhoria, sofremos a influência do tempo, desenvolvendo cada vez mais a nossa religiosidade inata para nos aproximar de Deus. Não consideramos religiosidade como fé, mas como espiritualidade liberta do casulo da materialidade. É por isso que dizemos que nem todo religioso possui religiosidade. Existem duvidas ainda não respondida? É certo que sim! Mas o liame que nos separa da lagarta com a borboleta se romperá quando estivermos prontos para alçar vôos ao infinito.
Enquanto não criamos asas, tiremos um aprendizado da historia um sábio que após tanto caminhar debaixo do sol, resolve descansar debaixo de uma figueira, onde ele adormece e sonha que era uma borboleta passeando por este mundo afora, exatamente como ele estava fazendo antes de dormir. Ao acordar, lembrando-se do sonho, disse de si para consigo: “Estou diante de um dilema filosófico importante e complicado em minha vida. O que sou? De onde vim? Para onde vou? Sou um homem que sonhou ser uma borboleta ou uma borboleta transformando-se num homem?
Assim é nossa religiosidade que por ser natural tende a evoluir junto com nossa espiritualidade.
MUITA LUZ!
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