DAI DE GRAÇA O QUE DE GRACA RECEBESTE

Aprendemos que a forma não é nada e que o pensamento é tudo. Os trabalhadores do Senhor nos dizem: “Orai, cada um segundo as vossas convicções e o modo que mais vos toca; um bom pensamento vale mais que numerosas palavras estranhas ao coração”. É evidente que se referem eles às orações, mas nós estendemos este ensinamento também às nossas atitudes e vamos explicar por que.

Há irmãos que criticam alguns médiuns que comercializam, por assim dizer, seus dotes mediúnicos, alegando que vão contra o ensinamento Crístico que diz para darmos de graça o que recebemos gratuitamente, que neste caso, seria a mediunidade. Isto nos lembra que em João 8: 1 a 11 vemos homens fanatizados e rancorosos que agiam por instinto; homens premeditando algum proveito próprio agindo pela inteligência; outros acreditando estar cumprindo as leis de Deus a agindo pela razão, e, Jesus, compreendendo as mazelas humanas, agindo pela sensibilidade da alta espiritualidade que ele tem. Isto nos ensina que autoridade sem amor vira tirania.

Sabemos que o reequilíbrio gera o reajuste que se transforma no resgate através da reconciliação e reeducação originando a renovação. Também sabemos que quando se ama o próximo visualizando o amor em Jesus, com certeza, o Cristo se transformará no próximo que é por nós amado e que em conseqüência, estaremos amando-o em todo próximo que amarmos. Isto não é um jogo de palavras. É fato. Se analisarmos as histórias de Bartimeu o cego de Jericó; da pessoa de Maria de Magdala, do avaro Zaqueu, do escondido Pedro e do traidor Judas, só para ficar nestes exemplos, se entenderá o que estamos afirmando.

De um jeito ou de outro estamos sempre no caminho do nosso aperfeiçoamento. Temos nossos sonhos e desejos, que, muitas vezes os colocamos em lugares inacessíveis para nossas mãos e quando descobrimos nosso erro clamamos por outra chance para acertarmos os passos errados que demos. Existe um templo zen-budista que é destruído para ser reconstruído ao lado a cada 20 anos, para que os monges carpinteiros, pedreiros e arquitetos saibam e ensinem a todos que tudo na vida está em processo constante de aperfeiçoamento, até este templo, pois que, a cada reconstrução ele estará mais aprimorado. 

Se Pedro não tivesse experimentado a dor da negação  não teria sido escolhido como chefe da igreja; se o filho pródigo não tivesse abandonado tudo jamais saberia o tamanho do amor do pai. Não queremos dizer com isso que devemos seguir seus exemplos negativos, mas, sim, comprovar que só entendemos o valor do que temos quando o perdemos. Chico Xavier, certa vez disse que “o mundo não é dos mais espertos, é das pessoas honestas e verdadeiras. A esperteza um dia é descoberta e vira vergonha. A honestidade se transforma em exemplo para as gerações do futuro. Um corrompe a vida e o outro enobrece a alma”.   

Como apontar o dedo acusador aos Padres que vivem da igreja? Aos Pastores que tem nos dízimos seus sustentos? Aos “Pais de Santo” que cobram pelas consultas? Ou para as rezadeiras que tem seu pão de cada dia nos benzimentos se sabemos que nos países mais adiantados a mediunidade é utilizada comercialmente para pesquisas cientificas e como ajuda policial para localizar pessoas e desvendar crimes? Como apontarmos o dedo se nós ensinamos que o ato em si não é nada e que a intenção é tudo porque cada caso é um caso? E que somente adorar o Senhor para nada vale e que servi-Lo é tudo?

Ora, se cada um tem sua colheita de acordo com seu plantio, deixemos que cada qual receba o que merecer sem a necessidade de nossa acusação, pois se nem o Cristo acusou a Maria para nos dar o exemplo deste amor que tudo alcança, porque nós devemos ser diferentes?      

                                                                              PAZ E LUZ!

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