FILIPE – APÓSTOLO



Há pouquíssimas referências sobre a vida deste apostolo. O Evangelho de João é o único a dar-nos qualquer informação pormenorizada sobre ele e nos textos canônicos, ainda segundo João, encontramos três menções sobre o mesmo. Uma delas afirma que Jesus se encontrou com ele, pela primeira vez, em Betânia, no Rio Jordão. A herança cristã sustenta que o autor do apócrifo Evangelho de Felipe pregou na França e evangelizou no sul da Rússia, na Ásia Menor e até mesmo na Índia. Outra tradição normalmente aceita coloca-o no Egito e na Etiópia, indo depois para Hierápolis, cidade localizada próximo à Laodicéia e Colossosna Ásia Menor, atual Turquia.

Mesmo sendo judeu seu nome era grego (Philippos) cuja junção de “philos” (amigo) e “hipos” (cavalo) nos dá o significado de “amigo dos cavalos”. Nasceu no ano 5 d.C. em Betsaida na Galileia, sendo então Israelense nato. Faleceu em 80 d.C. na cidade de Hierápolis onde foi martirizado e crucificado de cabeça para baixo.

Não deve ser confundido com Felipe o evangelista mencionado em Atos dos Apóstolos. Este foi um missionário cristão do século I e um dos setenta (ou setenta e dois) discípulos mencionados em Lucas. O nosso Filipe tinha quatro filhas, todas profetizas (ou duas conforme outras tradições). Foi ele quem trouxe Natanael para o lado do Nazareno.

Ao pedir para Jesus mostrar o Pai (João 14:9) demonstrou ser um sujeito prático e realista, o que nos faz deduzir que a adoração faz parte do instinto do Ser humano, pois busca-se intimamente algo que sirva de “ponto de ligação” com a divindade. Tomemos como exemplo a Kaaba do mundo islâmico, também conhecida como o Cubo, ou Nobre Cubo e ainda como a Casa Sagrada Proibida. Em seu interior encontra-se a Hajare lAdwad (Pedra Negra) que nada mais é do que um fragmento de um meteoro adorado pelos árabes junto com 360 ídolos como uma representação zodiacal, pois o povo sentia um vazio impreenchível até a chegada de Alá, que, inteligentemente, poupou a Kaaba, eliminou os ídolos e tornou-a um foco de peregrinação pagã em um centro da nova fé num período pagão.

No tempo de Jesus existiam várias comunidade, se é que podemos chama-los assim: os Saduceus que eram os aristocratas e conservadores; Fariseus: os mais populares e abertos para novas ideias; os Essênios que viviam completamente isolados e adeptos da lei da pureza; os Zelotes: os radicais e defensores da luta armada contra Roma (Judas, Barrabás, Dimas e Gestas eram zelotes); Escribas: os escritores de diferentes seitas; Publicanos: os coletores de impostos; Doutores da Lei:assim chamados os desenvolvedores teóricos do grupo religioso; os Samaritanos que não se consideravam judeus, mas descendentes de Israel e que eram considerados impuros pelos demais. Tinham sua própria doutrina religiosa conhecida como “Samaritanismo”.

Ora, isto nos remete à reflexão de que vem de longa data a necessidade humana de expressar, conforme seu entendimento evolutivo, a sua crença em seu Deus. Com os apóstolos não foi diferente, tanto que o próprio jesus, conhecedor exímio da diversidade humana, nos alerta no Evangelho de Lucas 10:27 dizendo: Amarás a teu Deus, de todo teu coração, de toda tua alma, com todo teu entendimento e ao próximo como a ti mesmo(destaques nossos) demonstrando-nos que cada qual tem uma percepção sobre nosso Pai Eterno.

Isto explica as diferenças existentes nas religiões desde aquela época causando determinadas sofrências pelos apóstolos e na atualidade aos dissidentes de pensamentos? Acreditamos que sim!

                                                                       PAZ E LUZ!


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