NÃO DISPUTAMOS FIÉIS

 

O Espiritismo é doutrina de livre pensamento e por isso não existe ordenação sacerdotal, apenas hierarquia moral, grau que todos nós alcançaremos um dia. O estudo pertence a todos e todos são livres para pesquisar as Leis divinas ou morais. Não há retenção de poder porque não existe poder centralizado. O que sabe mais ensina o que sabe menos, o mais forte ampara o mais fraco e aquele que tem mais auxilia o que tem menos. Isso significa que os ensinos de Jesus não ficam apenas na teoria, mas na pratica também para que o cristianismo seja resgatado de sua clausura. Existe uma diferença entre crer no Cristo e fazer o que Ele nos ensinou. Crer em Jesus todos creem, até os famosos inimigos chamados vulgarmente de demônios. Como Eclesiastes já dizia que há tempo de plantar e tempo de colher, acreditamos que chegou a época de reviver o cristianismo adormecido há muito em nosso íntimo. Dessa forma, trabalhamos para despertar a moral crística esquecida pela maioria das igrejas, pois vemos que elas se preocupam em angariar fiéis para arrecadação dos dízimos e das ofertas, chegando a disputar, veladamente ou não, a quantia de seus seguidores, pois as maiorias dos líderes religiosos nos preferem como necessitados dos favores divinos e por isso não nos ensinam ou não nos deixam andar com os próprios pés já que nos querem dependentes deles.  

Não disputamos fiéis já que temos a liberdade da fé raciocinada que nos comprova que a qualidade da crença supera a quantidade dos crentes em nossos postulados. A concordância dos ensinos também deve fazer parte do nosso aprendizado e não deve ir contra as leis morais ensinadas pelo Cristo e nem contra a ciência acadêmica. Esta aceitação acontece porque as informações simultâneas se dão em diversos lugares com diferentes médiuns e com o mesmo significado. Diante disso não há como duvidar de sua veracidade. 

Percebemos que na maioria das congregações ocorrem, nas horas calmas, os grandes louvores e nas difíceis, há deserções a granel. Isto não acontece quando cremos sabendo por que cremos. Acontece quando há dúvidas na alma que está crendo naquilo que não conhece.  Para conter este avanço as religiões devem transformar-se em escolas, orfanatos e hospitais. Assim, as crianças encontram arrimo e orientação, os jovens reparação e esclarecimento, o doente o repouso salutar, o ancião o amparo e a esperança e o ignorante a Luz. 

Ainda hoje, na busca do “Eldorado”, isto é, na obtenção de novos fiéis, as igrejas prometem a ilusão de resolver todos os problemas existentes, curar todas as doenças e transformarem-se em donos da verdade e do caminho do céu esquecendo-se de que o Cristo disse que muitos são os chamados e poucos os escolhidos. Antigamente, essa busca era para colonização de outras terras pela Espanha e a Igreja Católica ensinava, por interesse, na época do mercantilismo de indulgencias, que os “habitantes” das terras conquistadas eram animais, selvagens, e que não possuíam alma. Por isso, matá-los, roubá-los, ou escravizá-los e mesmo fazer-lhes toda sorte de maltrato, não era pecado, e, eram abençoados pela Santa Igreja todos os atos de perfídia, crueldades e maldades perpetradas pelas ordens guerreiras e exploradoras a ela vinculada como os cruzados e etc., o que nos faz perguntar se que, com exceção das matanças daquele tempo, há diferença na mercantilização da fé pelas igrejas que se dizem cristãs? Quando afirmamos que não disputamos fiéis, é porque sabemos que a afirmação contida em Mateus 20.16 refere-se à qualidade e não à quantidade. Somente os aprendizes do trabalho superior, os devotados, os persistentes, os que realmente desejam seguir a Jesus com a alma é que farão parte deste banquete. Erramos? Será?                                                       MUITA PAZ! 

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