ABERRAÇÃO DO SACRIFICIO

 

Que me serve a multidão de vossos sacrifícios? Estou farto de holocaustos de carneiros e de gordura de animais cevados: e sangue de touros, de cordeiros e de bodes já não me agrada. Quando vindes à minha presença, quem exige isso de vós? Cessai de pisas as minhas soleiras, de trazer oblações vãs, é uma abominação para mim. Novilúnio (é o tempo da Lua Nova), sábado, reunião sagrada, nem jejum e solenidade, já não os posso suportar. Vossos novilúnios e vossas solenidades, minha alma as detesta, tornaram-se uma carga, cansado estou de suportá-las. Quando estendei as palmas fecho os olhos para não vos ver; e também se multiplicais vossas preces, não as escuto. Vossas mãos gotejam sangue; lavai-vos, purificai-vos, tirai a imundície das vossas ações de diante dos meus olhos. Cessai de fazer o mal, habituai-vos a fazer o bem; ponde aplicação na justiça, socorrei o oprimido, fazei justiça ao órfão, defendei a viúva (Isaias 1:11-17). Porque me agrada a misericórdia e não os sacrifícios (Oseias 6:6). Quero misericórdia e não sacrifícios  Mateus 9:13). Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso (Lucas 6:16). 

 Em primeiro lugar devemos ter em conta de que não devemos fazer de nossa obrigação um sacrifício. Dito isto, continuemos: 

Autoflagelação, promessas, celibato, tudo isso, na cabeça de muitos, é sacrifício. Aceitar as pessoas como elas são, para algumas pessoas, é sacrifício. Procurar entender o discordante das ideias religiosas? Também o é! E etc., pois existem mil e uma maneiras de expor coisas e casos considerados sacrifícios e que Deus não deseja que façamos dessa forma, pois o amor ao próximo deve ser naturalmente natural. As praticas exteriores das religiões também se enquadram neste assunto. De que adianta toda uma liturgia se os participantes estão vazios de misericórdia? Quantos que participam das reuniões sem esquecer seus problemas? Quantos que afirmam que fazem um sacrifício para se dedicarem à religiosidade?      

Tudo bem que já não oferecemos holocaustos, sacrifícios cruentos, mas também nossas mãos gotejam sangue através de nossa língua ferina, maledicências em pensamentos e atitudes, omissão, descaso, excomunhão, racismo, preconceito e etc. Também os líderes religiosos não estão isentos de lavar as mãos. Pior ainda, pois eles servem de exemplo para os fieis. 

É fácil colocar-se num púlpito, no altar, na roda, na mesa, no terreiro e enaltecer as virtudes que devemos ter. Difícil é fazer o que se ensina. Principalmente onde corre muito dinheiro, porque, ali se está sujeito a não ver pessoas necessitadas, irmãos sedentos de amor e misericórdia, compreensão e perdão, apoio e orientação. Periga de só se ver cifrão nestes locais. 

Em verdade as religiões interesseiras enaltecem os sacrifícios, principalmente quando manipulam as consciências para os dízimos, ofertas, doações e trabalhos voluntários. E os que aceita tal influencia contribuem como se se fosse imolação em cooperar. Uns agem também por interesse, pois acreditam que de uma maneira ou de outra, Deus os recompensará com bens terrenos ou com um cantinho no Céu.  

Outrora já falamos que o povo apático espera daquele que tudo pode os acontecimentos para seu bem viver e tanto ontem como hoje, nossas ações fazem com que Deus, simbolicamente é claro, feche os olhos para nossos sacrifícios que, nada mais são, do que uma pesada carga, e ainda mais, desnecessária em nossa vida, o que nos faz perguntar: Inteligência? Para que serve sem amor?                                                                 MUITA PAZ!  

 

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