A VONTADE DO PAI

 

Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Chegou-se ao primeiro e disse-lhe: Filho, vai hoje trabalhar na vinha – Respondeu-lhe: Vou sim senhor – mas não foi. Chegou-se ao segundo e disse-lhe a mesma coisa. Ao que ele respondeu: Não quero – mas depois se arrependeu e foi. Qual dos dois fez a vontade do pai? (Mateus 21:28-32). 

   

É! Parece que o assunto deve continuar, pois como já dissemos, abrimos o livro aleatoriamente e caiu este tópico. Talvez tenhamos que aprender de forma diferente ao comentado no “Nem Todos”, ou o tema é por demais complexo para ser tratado daquela maneira. 

Dois filhos. Um, pelo que parece respeitoso e educado, mas na verdade falso e acomodado, negligente e mentiroso. O outro, cabeça dura, seco, nada amável, mas com um coração de ouro. O sim delicado do primeiro quis salvar o respeito ao pai. É o sim que quer dizer não, ou melhor, é o sim negativo. O não do segundo quer dizer sim. Mesmo que o não quero tenha sido desrespeitoso, pois notamos que ele foi à vinha, não contra a vontade, mas porque se arrependeu de ter negado o pedido ao pai. É o não positivo. 

E se o primeiro tivesse ido à vinha contra a vontade de seu espirito? Ido por obrigação? Teria valor esta ida? Não estaria ele amuado, indolente, preguiçoso por estar ali de má vontade? Que valor teria este labor?  Renderia bons frutos este trabalho? Acreditamos que não e também que foi melhor ele não ter ido, mas porque disse sim? Era tão fácil dizer não. Não teria sido mais verdadeiro? Talvez seja este seu problema: ser verdadeiro. O fato é que estes tipos de pessoas, de má índole, se camuflam muito bem. São educados, atenciosos e sempre procuram tirar vantagem em tudo. Dizem sim procurando nos convencer de que são bons. Dizem sim para apaziguar nosso coração e conquistar nossa confiança para depois dar o bote. Maquinam o sim sufocado em suas gargantas para tirarem proveito de nossa ingenuidade nessa trégua. Isto acontece em casa, no trabalho, em rodinha de amigos e em todo lugar, inclusive nas igrejas. 

Recordamo-nos de um líder religiosos que após os trabalhos espirituais (era um centro o que não deixa de ser igreja) dava orientações (consultas) gratuitas aos necessitados. Após atender um irmão com toda a delicadeza que a boa educação exige, comentou-nos: “como enche este cara... toda vez é o mesmo assunto”. Ora, o que é isto senão o sim que quer dizer não?  Mesmo que seja grátis este atendimento, estar lá sem o amor ao próximo, de má vontade como se fosse obrigação, não é a vontade do Pai que ele está fazendo, mas “massageando seu ego”, pois se sente importante comandando uma casa e sendo procurado por muitos.      

Quantos agem desta maneira? Quantos se colocam num pedestal e à frente de um “negocio” para atender seu egoísmo vaidoso? Suas necessidades particulares e seus interesses? 

Sabemos que a oração em silencio fala alto aos nossos corações, então, ao invés de nos colocarmos nas mãos daqueles que só se aproveitam de nós, peçamos a Deus o discernimento para distinguirmos a verdade do erro, pois tanto ontem como hoje, a vontade do Pai está sendo mal compreendida, além de deturpada para proveito próprio.  

 

                                                                                                                              

                                                            MUITA PAZ!  

 

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