UM POUCO MAIS SOBRE LILITH

 

Em Genesis 1:27 consta que Deus quando criou os homens os criou macho e fêmea, isto é, foi uma criação simultânea. “E formou o senhor Deus o homem do pó” (Genesis 2:7); “e Deus tomou do homem e formou (edificou) a mulher” significa uma criação individual e as palavras de Adão em Genesis 2:21=23 confirma isso. Ele disse: “Esta sim!... Ossos de meus ossos, carne de minha carne”. 

Mas, e Lilith? Ela foi uma deusa (ou demônio) adorada na Mesopotâmia e na Babilônia. Também era a rainha do céu na Suméria e com a formação dos dogmas hebraicos foi incorporada à história de Adão como sendo sua primeira esposa. Tradições hebraicas, pergaminhos babilônicos e vestígios bíblicos mostram que ela não foi tão submissa a Adão. Como vimos acima, no primeiro capítulo Deus cria homem e mulher; no capitulo 22 só Adão é mencionado e no terceiro Adão dá o nome à Eva. Procuremos entender melhor isso:  

Entra os séculos 7 e 6 a.C. os hebreus ficaram exilados na Babilônia e Lilith, por ser adorada pelos captores eles a retiraram do mito da criação. A Bíblia nada mais é do que a reunião de assuntos e atos que compõem a saga hebraica e também uma prova da assimilação e incorporação de outras crenças. Se estudarmos comparativamente perceberemos que IHV é acrônimo de IHAVEH ou Javé e significa “Eu sou o que sou” e esta é a designação de muitos deuses da antiguidade; simbolicamente falando entenderemos que Abel é o tipo vegetativo, a força vital da sobrevivência e em Caim aparece o surgimento do instinto e do aspecto animal: Set representa o domínio da razão. É o intelecto racional e consciente, e Lilith é a potência sexual em ação. Na Umbanda ela seria sincretizada e personificada na Pomba-Gira. Lilith, sendo o primeiro demônio (do grego Damon, isto é, gênio) ou Demônio Maior e nomeada a mãe de todos os demônios. Também teve outros nomes. Dependendo de onde era cultuada chamava-se Lady de Edom, Ita, kali, Batna, Talto, Satrina, Abito, Amizo, Kokos, Odam, Podo, Eilo, Patrota, Kea e Partash. Podemos também assimilar a Arca da Aliança, que continha os dez mandamentos, a vara de Aarão e o Maná acondicionado em um vaso como a “Arca” representando um gerador de “energias” (assentamento) cujo conteúdo seria a “força” (Axé) de Jeová, isto se quiséssemos trazer para o Candomblé o assunto de Lilith como potência criadora.  

Comprovadamente podemos manipular determinados textos e apresentar com fartas palavras o assunto que nos interessa provar. O que isso significa?  Que não devemos tomar as escrituras ao pé da letra porque toda crença é baseada e assimilada por outra crença.  Em outras palavras: é religião gerando religião. 

Somos adeptos do pensamento que toda reflexão coletiva deve trazer bons frutos na individualidade, se isto não acontecer é porque não houve reflexão proveitosa e nosso intuito é trazer à tona nosso aprendizado para que não sejamos ”letra morta” e promover através de nosso contato o incentivo para que você também tire proveitos positivos mediante teus próprios raciocínios a respeito dos temas por nós explorados. 

Os bons Espíritos ensinam que “o que mais incomoda neste mundo, não é a maldade dos maus, mas, o silencio dos bons referente à essa maldade”, silencio este, muitas vezes mais por ignorância do que por comodismo ou ruindade e nós não desejamos fazer parte deste rol. 

                                                               

                                                                  MUITA PAZ1 

         

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