MUTÁVEL

I

                                     “Nem um só jota e nem um ápice” (Mateus 5:18)
  
Na frase acima temos o “J” que é a forma correspondente ao nosso “I” (iota em grego e latim), ápice que é a minúscula inflexão que no alfabeto grego distingui o “I” do “R” e no versículo aparece ceitil que pode corresponder à moeda portuguesa de mínimo valor corrente no século XIV e que, deve ter sido incluído no Evangelho como contração de um só “I” ou um “til” que é o menor sinal alfabético. Mas afinal o que isto quer dizer?

Jesus disse que não veio destruir a lei porque a lei divina é imutável, portanto, igual para todos, sem distinção. Como já sabemos os escritos foram alterados de acordo com certos interesses, mas, a lei, que é a moral universal encontrada em todos os cantos do globo, essa continua inalterável. Ninguém pode mudá-la. Por isso a afirmativa do Cristo.

Alem das alterações foram incluídos alguns dogmas e rituais de outros credos. Como exemplo tem-se que no templo de Jerusalém os sacerdotes praticavam sacrifícios cruentos. Subia o oficiante ao altar de sacrifícios (holocausto em grego), oferecia (queimava) o incenso e imolava a vitima para depois acender o fogo para consumir os despojos que geralmente eram de boi, cordeiro ou pomba, chamados pelos romanos de “victima” (a rês) e “hóstia” (o animal de pequeno porte). Os sacrifícios eram para reparação de faltas (a famosa expiatória), súplicas ou agradecimento, também conhecida como ofertas pacificas.

Hoje, nas missas, temos a representação do mesmo sacrifício com o “cordeiro imolado” (Jesus), o qual é representado pela “Hóstia” que significa “animal de pequeno porte” como mencionado acima. Só não se acende o fogo para consumir os despojos. Isso sem falar na quaresma, na páscoa, no natal ou em outras festas que foram tiradas do dito paganismo e adaptados para a cristandade.

A frase “ouviste o que foi dito aos antigos e eu porem vos digo” muitas vezes falada por Jesus mostra que ele veio alterar apenas o que foi instituído pelos homens, permanecendo inalterável tudo o que for divino. Para Ele tanto faz que Bar-Jesus ou Ben-Jesus seja o mesmo chamado Elymas, ou que Barnabé mudou seu nome José quando foi escolhido como auxiliar dos apóstolos porque o novo nome significa “filho da consolação” ou da inspiração.

Estas coisas pertencem a nós humanos para melhor compreensão daquilo que nos rodeia. Que importa que Malakins, do hebraico Malaki e que significa profeta, enviado ou mensageiro seja confundido e traduzido com Malak e que quer dizer anjo? Isso muda a realidade divina? Ou só nos dá um melhor entendimento dessa divindade que estamos buscando conhecer?

Daniel era chamado pelos babilônios de Baltazar e ele continuou sendo o mesmo Daniel; Jacob mudou seu nome para Israel e sua identidade interior continuou a mesma; Estevão chamava-se Jeziel antes da conversão e isso não impediu dele tornar-se o primeiro mártir cristão da nossa historia; Saulo nasceu em Tarso (por isso Paulo de Tarso) na Silícia (Ásia Menor). Era Israelita pelo sangue e Romano pela cidadania. Discípulo de Gamaliel, falava preferencialmente o Grego. Mudou seu nome para Paulo através de Barnabé na Ilha de Chipre e com tudo isso, porem, continuou o indomável propagador de seu ideal o que mostra que podemos alterar excluir, incluir o que quisermos em tudo aquilo que pertence à nossa humanidade, porem, a Lei de Deus, divina e imutável, que rege tanto o macro como o micro, essa ninguém altera, nem o Cristo. PENSE NISTO!

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