DESABAFO
(Adendo para a reflexão “para que é a morte” do jeito que recebi)
Olá!
Meu nome não é tão interessante quanto o que tenho para falar. É sobre a morte comentada na reflexão de algumas semanas atrás (pagina 50).
Tudo o que foi falado é muito bonito e verdadeiro só que foi esquecido dizer que estavam se referindo à morte natural. Por isso, deveria de haver um comentário sobre o suicídio e não teve o que me decepcionou muitíssimo naquele momento a ponto de desejar contar minha experiência, pois fui um suicida e só eu sei o que passei por isso.
Minha decepção foi superada porque entendi que se tivesse havido comentário deste assunto eu não teria a oportunidade desta conversa e de expor meus pensamentos a respeito, então, só posso agradecer, pois com as devidas autorizações, aqui estou. Portanto...
Leia, pesquise, busque, consulte nas outras religiões o que dizem sobre o que acontece com aqueles que tiram a própria vida e de tudo o que descobrires multiplique por mil a dor do sofrimento gerado por tal ato.
Como descrever o que um suicida padece depois da loucura cometida sobre si mesmo? Só conheço uma palavra que poderá exprimir tal padecimento. É infernal. Alias infernal é pouco porque ele sofre as conseqüências não só do lado de cá, mas também em outras encarnações futuras até eliminar do seu corpo espiritual o estrago feito em sua estrutura.
O suicida é um doente e os familiares e amigos não entendem isso. Até hoje sou lembrado com desdém e ninguém parou para pensar porque fui assassino de mim mesmo. Isso mesmo! É esta a palavra certa! Assassino, já que isto não deixa de ser assassinato.
Se no mundo físico, este em que você está vivendo, assassinato é um ato brutal que merece pena de penitenciaria, imagine então o suicídio. Mesmo porque, também é um ato de traição para com Deus, com a gente mesmo e com todos. Trair é outra coisa que dói na alma. De quem foi traído e de quem trai.
Hoje sou auxiliar de um grupo socorrista que cuidam destes irmãozinhos infelizes como fui outrora. Se eu tivesse uma pequena idéia destes sofrimentos, nunca na minha vida eu pensaria em acabar com ela. Alias, é exatamente isto o que se pensa, que a vida acaba com a morte, só que na verdade ela continua em outro plano e com um agravante rolando. É uma pena que muitos vivos do mundo físico não acreditam que com a transformação ocorrida através da morte muda-se para vivos do mundo dos Espíritos e com o mesmo direito de ceifar o que plantou tanto de um lado como do outro. Não é isso caso para se pensar?
Pois bem! Desabafei! Obrigado por me permitir manifestar-me e perdão por me intrometer no seu raciocínio, mas se tudo tem uma razão para existir e acontecer, então crê que esta permissividade serviu para aprendermos mutuamente e também para estreitar esta amizade que se inicia.
Até breve se Deus assim o permitir e como vocês dizem: MUITA PAZ!
Obs.:
Apesar de você saber que existe o suicídio consciente e o inconsciente, nunca é demais relembrar. O inconsciente o próprio nome já diz. É aquele que o individuo não sabe que está se suicidando e o consciente é quando o ato é deliberado, pensado e praticado. Em todos eles a cobrança acontecerá porque não existe uma ação que não gere uma reação e assim por diante.
É evidente que no consciente a cobrança estará com agravo e no outro, apesar de ser mais frouxa, mesmo assim, não se escapará de seus efeitos. Perceba também que neste nosso irmão que permitimos seu desabafo, houve uma transformação após a “morte” o que confirma e complementa a reflexão citada. Pense sobre isto! (Um amigo).
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