TRABALHO BENDITO

   
    “A rocha garante a vila no vale, por resignar-se à solidão. A ponte serve ao público sem exceções, por afirmar-se contra o extremismo. O vaso serve ao oleiro, após suportar o clima do fogo” (André Luiz / Chico Xavier).

Antes de refletirmos sobre o tema, façamos a Prece do Trabalho ditada por Bezerra de Menezes (Espírito) ao Chico em 28/9/78:

“Senhor! Auxilia-nos a servir para que aprendamos a amar segundo nos ensinaste. Senhor! Nas horas tranqüilas, induze-nos a trabalhar, aproveitando os recursos do tempo e nas horas de crise, conserva-nos em mais trabalho a fim de não perdê-los. Senhor! Se errarmos faça-nos trabalhar na própria corrigenda e sempre que acertarmos no dever a cumprir, acrescenta-nos o trabalho para sermos mais úteis. Senhor! Ajuda-nos a compreender que o trabalho afasta a necessidade, imunizando-nos contra o mal e auxilia-nos a lembrar que unicamente aqueles que aprendem a servir é que conseguem vencer.”

Pois bem, agora, arregacemos as mangas e, sem trocadilho, vamos ao trabalho do estudo iniciando a dizer que tudo é movimento. O descanso sim, mas a inércia não faz parte da Natureza e dentro deste contexto podemos afirmar que Deus, que é Força e Poder movimenta a tudo e a todos.

Em todos os setores da vida há trabalho a ser feito. O arado aguarda o agricultor e a agricultura nos livra do primitivismo; o instrumento espera pelo musico e a musica nos liberta para altos vôos do Espirito; o livro é o “suor” do escritor e a escrita nos tira do atraso intelectual; a alvenaria é produto do construtor, cujo trabalho braçal que, além de lhe fortalecer os músculos dá-nos o conforto na moradia; a ciência elimina a incultura nos mostrando através de seus estudos que o trabalho no globo faz parte da evolução das espécies.

Na “comunhão dos santos”, ensinada antigamente pelos católicos e que os dirigentes hoje evitam comentar, divide a Igreja em Militante (nós aqui), Padecente (purgatório) e Triunfante (santos e anjos) e sem perceberem confirmam o que estamos afirmando porque é através do suor (padecente) do trabalho (militante) é que se chega à santidade alcançando a angelitude (triunfante), e isso sem desenvolver que as outras congregações, qualquer que seja ela, trabalham ao modo de cada uma, para elevar seus adeptos até o Céu, ou se preferir, na construção de um mundo cheio de Paz e Amor.

É claro que a ambição desenfreada, o atraso moral, o tempo perdido no “to a toa”, as horas vazias de aproveitamento de coisas úteis a nós e aos nossos semelhantes, a crueldade, os loucos intelectuais, a delinqüência e, enfim, tudo o que nos tira o trabalho benéfico em utilidade para nós e ao nosso próximo, enviesa a verticalização do nosso Espirito nos arrastando para quedas escabrosas, onde o trabalho de soerguimento também se fará necessário.

E o que estamos fazendo nesse momento? Nós aqui, trabalhando a nossa reflexão e você que esta tendo o trabalho de ler o que lhe transmitimos não nos mostra que, juntos, através deste trabalho bendito, chegamos à conclusões, concordantes ou não, mas que de um jeito ou de outro, satisfazem nosso Espírito? Só assim entenderemos porque nem o Cristo morreu de braços cruzados.

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