DISCIPULADO

Analisando os ensinos religiosos entende-se o motivo do ateu crer que o deus das religiões não exista e porque do agnóstico não acreditar em nada e deixar a coisa no ar. Na verdade o ateu não é aquele que crê que Deus não existe porque ele sabe e sente que há algo superior acima de tudo, e que, sem este Algo Supremo sempre haverá incógnitas a serem desvendadas satisfatoriamente.
Realmente, os ensinos que alguns líderes de igrejas procuram nos transmitir deixam a desejar, como este do nosso tema, por exemplo. Racionalmente como poderemos entender que aquele que é o Amor encarnado e que viveu para nos ensinar este Amor que ele representa, afirmando inclusive que nenhum dos que O procurarem, jamais, será lançado fora tenha dito a frase acima? Que Ele não se contradiz, todos sabemos, o que nos faz perguntar onde fica o honrar pai e mãe, a caridade sem restrição, a fraternidade sem limites e a “sagrada família” tão propagada como referencia para o nosso lar?
Quando nos colocamos do lado do Cristo, que para nós Ele é o Excelso Modelo da humanidade fica difícil aceitarmos algumas passagens que constam nos livros bíblicos do cristianismo que querem nos impor e, ao contestarmos alguns dizeres quando não vemos concordâncias com os ensinos do Nazareno, somos taxados de acordo com o que nos desejam nomear e assim de virtuosos passamos a vagabundos, de sábios a revolucionários, de prudentes a preguiçosos, de filantropos a covardes, de pregadores a temperamentais, de filósofos a vaidosos, de pesquisadores a explosivos e de contestadores a loucos visionários ou lunáticos demoníacos devido às nossas palavras mesmo ditas com mansidão e intenção de acarear o que não se entende.
Na noite de São Bartolomeu (24/8/1572) foram assassinados mais de três mil protestantes huguenotes (calvinistas) em nome de uma fé tomada ao pé da letra. Aliás, as palavras constantes nos Evangelhos que não condizem com a postura de Jesus são classificadas por alguns de metáforas, alegorias ou força de expressão, sendo que o Mestre somente nos ensinou por atos (ações e atitudes), por palavras exatas e por parábolas. Pode parecer igual, mas dá um sentido diferente. Veja que o “não fazer ao outros tudo o que não gostarias que te fizessem” não é o mesmo do que “fazer aos outros tudo o que gostarias que te fizessem” O entendimento é outro.
Ora, já afirmamos inúmeras vez4es que as escrituras foram alteradas para dar sentido ao que queriam dizer e que somente a moral ensinada pelo Cristo, por ser divina, permanece inatacável. Assim sendo, como aceitar que Jesus, sendo o Verbo do Pai que tem a Justiça no Amor e o Amor na Justiça poderia semear a discórdia familiar ou social? Não foi Ele que nos ensinou a amarmos os nossos inimigos? E a abandonar a oferta no altar para nos reconciliarmo-nos com nosso desafeto e que somente após a reconciliação ofertássemos ao Senhor o que trazíamos?
No principio da tolerância o que predomina não é a fé e nem a inteligência. Tudo bem que a inteligência poderá aumentar a fé no encontro com a verdade, mas, a tolerância é a que anda de mãos dadas com a fraternidade e de braços com a caridade. A fé é sempre interpretada pela dogmática que determina a igreja que a apresenta e a verdade, por ser relativa, é sempre condicionada às interpretações sectárias e a caridade é a formula do amor ao próximo ensinado e vivido pelo Cristo de Deus. É através desse amor incondicional que nos transformaremos em discípulos bem amados desse Ser que representa literalmente a Face de Deus aqui na Terra e que, com certeza, nunca seu coração amorável permitiria que saísse de sua boca tais palavras tão duras e sem compaixão só para ter um discipulado.
MUITA PAZ!
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