O MEDO QUE CURA
É por causa do medo que nós estamos vivendo hoje. Foi através dele que conseguimos sobreviver às intempéries do passado, pois ele está ligado ao instinto de sobrevivência e consequentemente ao de conservação. O medo sempre foi a alavanca que nos coloca em alerta na eminência de um perigo e por causa disso sempre foi ele o mais manipulado por aqueles que desejam nos dominar. A religião, na antiguidade, controlava os fieis através do medo e até pouco tempo atrás, esse artifício era (ou ainda é?) utilizado, colocando-nos submissos à vontade de Deus como se Ele fosse o articulador do nosso destino, ficando dessa forma, suas Leis que regulam o Universo e tudo o que há nele, dependente de castigo ou premio conforme Seu humor no momento. Hoje sabemos que somos regulados pela lei de causa e efeito e que por isso a responsabilidade da felicidade ou infelicidade, do mérito ou demérito, enfim, do bem ou do mal, estar em nossas mãos, não havendo assim, nenhuma interferência divina para favorecer ou desfavorecer a quem quer que seja. Tanto isso é verdade que Lutero, diante do imperador Carlos V, quando foi intimado a abjurar sua crença disse as seguintes palavras: “que me convençam mediante testemunho das Escrituras e claros argumentos da razão, porque não acredito nem na infalibilidade do Papa e nem dos concílios. Minha consciência é cativa da palavra de Deus e não posso nem querer retratar-me de nada porque não é seguro nem saudável agir contra a própria consciência. Que Deus me ajude!” o que mostra o medo do castigo divino por desobediência. No século XVI Lutero também disse que “é, portanto fundamentalmente necessário e saudável que os cristãos saibam que Deus (...) prevê, projeta e faz todas as coisas conforme sua própria imutável, eterna e infalível vontade” o que, de uma vez por todas, derruba o livre-arbítrio, destruindo-o por completo o que demonstra, novamente, o medo da “Mão Pesada de Deus”, inclusive, na oração de entrada do rito Anglicano é dito: “Deus nos ajude, posto que não podemos nos ajudar”, onde se entende claramente a dependência e o medo da desobediência.
Em 2012, a Flacso
Brasil fez um levantamento onde o evangelismo mais cresceu e descobriu
que nos estados onde os evangélicos mais cresceram em população, é
justamente os que mais apresentam índices elevados
de violência e o que isto significa se não uma profundidade teológica
pautada no medo? Como dissemos no inicio, o medo nos ajudou a chegarmos
até aqui e vamos tentar explicar que ele cura devido ao freio nas
emoções desgovernadas como a raiva, a ansiedade,
a tristeza entre outros sentimentos originadas por ele mesmo e
inclusive o ato da reação que provoca dor, mal-estar e até mesmo
consequências danosas à nosso físico e à nossa alma. É por isso que ele
também foi utilizado para monopólio dos que sabem se aproveitar
deste instinto. Não desejando apontar o dedo para as denominações
religiosas, porque muitas delas agem sem consciência desta lei que
estamos expondo e que desejamos
apenas refletir sobre tal
sentimento em nossas vidas, recorremos à historia que a vida nos conta
de um sultão que, ao fazer uma cruzeiro marítimo com alguns súditos,
teve a decepção de ver e aturar o desespero de um cortesão
que tomado pelo pânico gritava, se debatia, chorava, se recusava a
comer entre outras ações de sua parte que incomodava de tal forma os
outros passageiros que o sultão viu-se obrigado a desistir da viagem e
voltar para terra firme. Um de seus ministros, conhecido
pela sua sabedoria, apresentou-se ao sultão dizendo que tinha a solução
para o caso e imediatamente foi-lhe dada liberdade total para resolver
então o problema. Em continuidade, o sábio mandou que atirassem ao mar o
barulhento o que foi feito prazerosamente
pela tripulação, pois já não agüentavam mais tal situação. O passageiro
começou a se debater, afundou, bebeu água salgada, afundou de novo e ao
voltar à tona pela segunda vez, a pedido do sábio, foi içado para
dentro do navio.
Miraculosamente,
tornou-se ele tranquilo e agradecido por sentir debaixo de seus pés as
tabuas seguras do casco o que fez terminar sua viagem com harmonia e
tranquilidade. O que houve? O medo de morrer afogado
fez com que desse valor à segurança que sentiu ao ser retirado das
águas e colocado no convés.
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