EI RAMA! (SÂNSCRITO) / Ó DEUS! (PORTUGUÊS)



Em nossa conversa anterior afirmamos que Krishna nasceu de uma virgem e isso gerou diversos comentários alegando que estávamos comparando-o com o Cristo. Assim, resolvemos colocar nosso esclarecimento para eliminar o máximo possível este entendimento errôneo.


Conforme o Bhagavad Gita (Canção Celestial), Críxena (Krishna), é venerado na Índia como um deus. Diz a lenda que deus encarnou-se a si mesmo no ventre virgem da irmã de um rei indiano e Críxena assim, nasceu sem interferência do homem. O rei, temendo o aparecimento de um rival, ordenara que todas as crianças recém nascidas, de sangue real, fossem entregues à morte, sendo que, após este decreto, Críxena foi transferido secretamente, por mão divina, para a casa de um humilde pastor, substituindo uma filhinha que era realmente desta família. Contam também que Críxena retirou-se para uma floresta onde um caçador, tomando-o por uma rena, atirou-lhe uma fecha contra o calcanhar. Quando o caçador se aproximou e o reconheceu, foi acometido pela dor, mas Críxena sorriu, abençoou-o e morreu. Não há semelhança com o que se conta no cristianismo? Além do mais, conta-se que o menino Críxena derrotou todos os esforços do mundo infernal que foram feitos para destruí-lo. Até os ensinamentos são quase idênticos: é devotado quem não tem ciúmes de ninguém; quem é fonte de bondade; quem não tem egoísmo; quem é desprendido de si; quem trata igual o frio e o calor, a felicidade e a infelicidade; quem está sempre perdoando; quem se mostra sempre satisfeito; quem tem as resoluções sempre firmes; quem dedica mente e alma a Deus; quem não causa pavor; quem não tem medo dos outros; quem é livre de exultação, de tristezas e receios; quem é puro; quem é versado em ação e, contudo, se conserva não influenciado por ela; quem renuncia a todo fruto, bom ou mau; quem trata por igual amigo e inimigo; quem não é atingido pelo respeito e nem pelo desrespeito; quem não é envaidecido pelo elogio; quem não se diminui quando o povo fala mal dele; quem ama o silencio e a solidão; quem tem raciocínio disciplinado e etc. etc. etc. Pode-se resumir isso tudo numa única frase: “ausência de desejo”. Jesus nos ensina: “não resistais ao que é mau, mas, se alguém te ferir na tua face direita, apresenta-lhe também a outra...; bem aventurados os mansos... os que sofrem perseguição por amor à justiça...; concorda rapidamente com teu adversário...; perdoa aos homens as suas ofensas...; não queirais acumular para vós tesouros na terra... etc. etc. etc. podendo-se resumir tudo no “não faça aos outros aquilo que não gostarias que te fizessem, e, faça aos outros tudo o que gostarias que te fizessem”. Vamos mais alem: aprendemos que o Cristo exclui a violência, a inverdade, o ódio, a zanga, o desejo sexual desenfreado... e que pode se resumir em “pagar o mal com o bem até que o malfeitor se canse de praticar o mal”, pois no ego se inclui a posição social, a popularidade e o poder. Não desejamos desmerecer o Cristo, que para nós é um modelo excepcional a ser seguido. De forma alguma desejamos enaltecer outras doutrinas que não seja o cristianismo que tanto amamos. O que procuramos demonstrar é que todo grande mestre da humanidade, independente de qual liderança exerceu, sempre tiveram o sobrenatural e o misterioso ao seu lado, ou no nascimento, ou no decorrer do seu dia a dia em sua vida. Maomé se retirava até a Kaaba (cubo) para ouvir as instruções do anjo Gabriel, e Buda, conforme consta em uma lenda, ao banhar-se no rio para sua higiene pessoal, não teve forças para sair da água de tão enfraquecido que estava devido ao jejum prolongado que havia feito. Uma arvore curvou seus galhos para que ele os alcançasse e assim poder ir para a margem ficando a salvo, onde deitou e dormiu para descansar. Diversos profetas antigos estimularam uma guerra que diziam ser santa e nos dias de hoje, muitos se apegam ao dito de Jesus sobre a espada (não vim trazer a paz, mas a espada), confundindo esta passagem com a batalha entre o bem e mal e nós perguntamos se não é a luta travada dentro de nós mesmos no afã de nos tornarmos cada vez melhores e se não se assemelha à incitação a Arjuna por krishna para participar do combate contado na historia do Gita? Deus é causa e conseqüência de tudo o que existe no universo, e seus “Avatares”, sabedores de que o conhecido está naquele que conhece e que o amado está naquele que ama, nos apresentaram as mesmas Leis Divinas conforme o entendimento que a humanidade estava apta para receber e nós colocamos em suas historias o mesmo misticismo que acreditamos até os dias de hoje.     MUITA LUZ!  Visite-nos: Banca Nova Luz (Av. Itaberaba +ou- 341 - no muro do cemitério / (11) 3533.4964 www.spdefato.com.br / www.bancanovaluz.blogspot.com.br/ibraduch@hotmail.com                                                                                                                Grato! E lembre-se: Em cada dia sempre há uma Nova Luz!

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