VIDAS PASSADAS

                   
                             “Somos de ontem e nada sabemos” (Jó 8,9)

Esta afirmativa corresponde exatamente ao esquecimento das vidas anteriores na reencarnação. Realmente, somos de ontem, isto é, tivemos outra vida e nada sabemos dela porque o esquecimento de vidas passadas é remédio salutar na vida presente. Em que nos ajudaria sabermos que fomos algozes dos nossos filhos? Que traímos por interesse financeiro ou pelo apetite carnal, nossos irmãos, parentes ou amigos? Que fomos suicidas, maníacos, assassinos, ladrões, falsos, mentirosos, enfim, bestiais? Assustou-se? Ora, boa coisa não se fez, em contrario, não estaríamos aqui neste planeta de provas e expiações, como ensinam que ele é.

Deus, em seu Amor Infinito nos dá o esquecimento para que oportunidades de elevação batam à porta do nosso Espírito, sem preconceitos, para que dessa forma, irmos, degrau por degrau, subindo na verticalização de nossa alma, sem traumas ou temor do passado tenebroso que tivemos, e que, com sua recordação, abalaria nossa vida atual.
Ora, você dirá que estou manipulando as palavras porque se pode dar outro sentido á essa frase, já que no mesmo Jó (7,9) está escrito que “aquele que desce à sepultura jamais se levantará”, o que é correto. À primeira vista esta ultima frase pode parecer contra a reencarnação e por isso a frase anterior não pode se referir ao esquecimento de outras vidas já que uma coisa não bate com a outra. Certo? Tudo bem! Mas, analisemos com calma esta afirmativa: o que desce à sepultura? O corpo, dirás! Certo outra vez, e o que acontece com ele ao ser enterrado? Eu mesmo responderei: se desintegrará, se transformará em pó (do pó foste criado e ao pó voltaras) e nunca mais se levantará, estou certo? Claro! Assim fica explicado que realmente o que não se levantará da sepultura é o físico e não a alma ou Espírito que é imortal.

Ainda hoje em algumas pregações percebe-se a confusão que fazem com espírito e físico. Se analisarmos com calma o que ensinam não se saberá de qual natureza (física ou espiritual) falam, e isso é normal desde tempos remotos até a codificação espírita de onde se distinguiu uma coisa da outra. De lá para cá, ficou fácil o entendimento das passagens bíblicas porque agora se desvendou uma boa parte do mundo espiritual.

Divergências nas diferentes facções religiosas sempre existiram, pois cada qual puxa a brasa para sua sardinha. Sempre tivemos “lutas” entre espiritualistas e espíritas, místicos e científicos, religião e ciência, o que alias sempre afirmei serem benéficas tais divergências porque é através delas que buscamos a verdade, pois tanto faz se Enoch é chamado no Egito de Toth, o senhor da magia e do tempo e na Grécia ele ser conhecido como Hermes, o mensageiro dos deuses, porque não deixará de ser simplesmente o Enoch que realmente é.  Da mesma forma nas confusões que fazem com as diferenças de Anjo (grego: ângelus = mensageiro); Diabo (grego: diabos e em hebraico, satam = adversário); e Lúcifer (grego: Eósforos = porta-luz (símbolo: luz matutina; estrela d’alva (Venus) e que significa “portador da aurora, luzeiro) e Satanás que é o mesmo que diabo e que não deixará de representar a dualidade na vida humana.

Sabe-se que é na destruição que se começa a reconstrução e que só no orvalho das lagrimas é que se faz brotar as imortais flores do espírito. Então, é melhor mesmo que sejamos de ontem sem nada sabermos o que fomos. Amem?