O BOM PASTOR
“Eu sou a porta das ovelhas. Se alguém entrar por mim, salvar-se-á e entrará e sairá, e achará pastagem” (Jo 10,1-16).
As ovelhas tinham grande importância porque delas se tirava a lã e a pele para aquecer no frio, o leite e a carne para alimentação. Dos chifres se fazia copos, vasos e trombetas, alem de serem dóceis e obedientes à voz de comando do bom pastor que cuidava delas como se cuidasse de sua própria vida. Por isso Jesus as usou como exemplo em suas parábolas e se colocava como aquele que dá, e de fato deu, a vida por aqueles que o seguem, formando assim uma harmonia entre comandante e comandado.
Quantos dos lideres religiosos de hoje, que dizem seguir o Evangelho e que se colocam à frente nos púlpitos, altares ou mesas, teriam a coragem de vivenciar o que ensinam a seus seguidores? Não digo dar a vida pelos seus amigos porque isso com certeza não dariam, mas apenas exemplificarem no dia a dia o que ensinam nas reuniões religiosas?
O faça o que digo, mas não faça o que faço parece imperar nesse meio.
As frases “amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam (Mt 5,44 Lc 6,27-35), a quem te ferir numa face, oferece a outra” (Lc 6,26) foram ditas a um povo que na época viviam em guerra consigo mesmos e que consideravam seus dominadores inimigos mortais, dos quais partia uma ameaça à própria existência individual e coletiva, e hoje, infelizmente, tomam-na no sentido religioso, esquecendo-se justamente da caridade desses ensinamentos, pois que olham com desdém, menosprezo e preconceito (porque sentem-se superiores?) os que não compactuam com suas crenças e ideais.
Nas traduções Bíblicas, as partes incompreensíveis ou foram inteiramente rejeitadas ou foram privadas de seus conteúdos concretos e consideradas como “meio de expressão” relativos para indicar outra coisa, ou o que propriamente se quer dizer. Assim, as passagens do texto são vistas como imagens condicionadas pela época e que no processo de interpretação destila-se delas apenas um pequeno sentido. Procura-se salvar para o presente a pretensão normativa da mensagem, pondo-se de lado ou relativizando complexos inteiros do contexto. Ao mesmo tempo em que se retira da mensagem o que é estranho e incompreensível, torna-se ela adaptada e modificada para o horizonte atual da compreensão e da experiência do interesse de cada um, fazendo com que, lamentavelmente, o Evangelho que deveria levar a Paz e a Harmonia para toda parte, através da pseuda superioridade moral de alguns, aumentada propagandisticamente, descreve os de outras facções como adversários, ou possessos pelo demônio, fazendo com que se retorne ao estado tribal, organizado federativamente.
A prova disso é que identificam a Igreja de Roma como a prostituta da Babilônia e o Papa como o anti-Cristo. Combatem o mediunismo de uma forma que até o demônio se envergonharia e rezam para que ele, o demônio, nunca se converta, para não acabar esse duelo e com ele, seus sustentos.
Falta-lhes o espírito do Sermão da Montanha e com ele (o Espírito) entrar pela porta do redil da felicidade eterna. Amem?
PAZ E LUZ A TODOS!
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