SERVO OU FILHO?


                     “Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer” (Lc 17:10).

Estávamos conversando banalmente e um dos que estava conosco, num determinado assunto, disse-nos que “como servo de Deus não poderia dizer o que pensava naquele momento”.
Esclareço que o que conversávamos não era nada de anormal. Não estávamos fofocando, não era pornografia e tampouco algo tão grave que merecesse tal frase. Peço desculpas por não dizer o que era, pois seria falta de respeito de minha parte para com ele que muito estimo. Apesar de termos ideias religiosas diferentes o vejo como homem de muita fé e de boas obras e isso já e o suficiente para considera-lo e muito, mas, o fato é que a palavra “servo” caiu sobre mim como bomba.
Servo, no meu entender, subentende-se por escravidão. Por mais liberdade que tenha a pessoa e por mais amor que receba, ele não deixa de ser escravo e não é assim que vejo as criaturas de Deus. Por outro lado, se a justiça humana, baseada em leis simples de humanos condena a escravidão o que diremos então da lei divina. Será que ela nos vê como escravos ou como seres em busca do aperfeiçoamento proposto por Deus?
Desde quando o catolicismo antigo alienou o povo através do medo, tornou-os submissos em excesso gerando o conceito de um senhor com seus súditos, ou melhor, servos, o que infelizmente parece que perdura até hoje em alguns núcleos.
Isso me leva mentalmente à iniciação usada antigamente (não sei se é assim ainda) entre os maçons: O iniciado era levado ao templo com os olhos vendados. Desnudavam a sua perna direita até a altura do joelho e o lado esquerdo do peito para certificarem-se de que ele não era uma mulher disfarçada. Depois o giravam 360 graus em torno de si para perder o senso de direção para depois cumprir as provas que representavam a passagem pelos quatro elementos que possuímos (água, ar, terra, fogo). Em seguida, sobe por uma gangorra sem saber que está prestes a cair ou é convidado a sentar-se numa almofada de pregos que são retirados no instante de sentar-se (a ideia nesses casos era testar sua confiança) e por fim, era levado para uma pia onde se purifica lavando as mãos e sendo incensado por três vezes. No batismo se compromete ao sacrifício pela pátria, pela humanidade e pela ordem. Antes de se comprometer com o segredo maçônico, deixa o templo para que os da ordem decidam se o aceitam ou não. No sim, com um compasso numa mão e a outra sobre a bíblia, faz o juramento.
Quando volta ao templo encontra-o às escuras e todas as espadas são apontadas para ele. Ao acenderem-se as luzes (representando nisso o “faz-se a luz”) e com a espada sobre a sua cabeça, ele recebe o avental de aprendiz, avental este que deve lembrá-lo que todo homem nasceu para o trabalho e que um maçom deve trabalhar insistentemente para a descoberta da verdade e da melhoria da humanidade em geral.
Como se percebe, a maçonaria, considerada por muitos como diabólica, apesar de testar a confiança do neófito antes de aceitá-lo em seu meio, em momento algum procura escravizá-lo na crença de um Deus que busca servos. Ao contrario, incentiva-os ao trabalho tanto físico como intelectual onde se melhorará melhorando a humanidade e entendendo que é na atividade que se encontrará a verdade. Ora, no reverso destes que são vitimas de preconceitos e desprezo, alguns “súditos cristãos”, por estarem alienados em suas crenças ou para não perderem a sensação de domínio, confundem as criaturas de Deus para não distinguirem se são seus servos ou filhos do Pai Eterno. Amem?
                                                    PAZ E LUZ A TODOS!
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